Em discurso a Marco Antônio, Vetão pede fim da “rixa” entre poderes e cobra retratação por Márcio Passos
Por cerca de cinco minutos, o presidente da Câmara relembrou a trajetória política ao lado do agora prefeito e lamentou a crise institucional agravada na última semana

O presidente da Câmara de Vereadores de Itabira, Weverton Leandro Santos Andrade, o “Vetão” (PSB), foi o último a discursar durante a palavra aberta da reunião ordinária desta terça-feira, 15, quando desabafos de parlamentares deram o tom da sessão. Com o presidente não foi diferente.
Vetão revisitou o passado. Está no segundo mandato e, aos 28 anos, se tornou um dos mais jovens presidentes da história do Legislativo local. O socialista afirmou manter na principal cadeira do órgão os mesmos princípios adotados antes, fora dela.
“(…) a oportunidade que eu tenho pra fazer aquilo que eu acreditei durante quatro anos é agora. E nada adiantaria chegar aqui como presidente, que os senhores me permitiram, e tomar uma postura diferente daquela que eu combati durante quatro anos.”
A fala de Vetão abriu seu pronunciamento – público e transmitido por emissoras de rádio – de defesa do Poder Legislativo, diante de ataques recebidos do governo municipal, depois de a Casa rejeitar, por dez votos, na semana passada, a contratação de um empréstimo de R$ 70,15 milhões pela Prefeitura.
Vetão prosseguiu e direcionou o discurso ao prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, seu correligionário, “a quem eu acreditei, a quem eu peguei pelo braço e levantei em uma assembleia do PSB onde muitos não o conheciam. Eu falei para aqueles candidatos do PSB que ele era a nossa opção. Aqui eu andei, subi ladeiras dessa cidade, conversei nas zonas rurais, entramos em bares, em restaurantes, pedimos voto para dizer, realmente, que nesse momento delicado que a nossa cidade vivencia, da não necessidade de uma crise institucional com o Poder Legislativo.”
“Aqui não é jogo do Cruzeiro e Atlético, não é clássico, não é um contra o outro, é o contrário: aqui é uma casa independente, harmônica, importantíssima, que é muito maior do que o nosso nome, do que o nosso legado”, reiterou.
“Cortinas”
A seguir, o presidente endureceu o tom. “Eu espero, realmente, que muito breve possam cair as cortinas do processo eleitoral que já se findou e que nós possamos estar direcionados na governabilidade da sétima maior arrecadação de Minas Gerais. Não se pode brincar de fazer política em Itabira, assim como não se pode brincar de fazer política em nenhuma outra cidade.”
Pedido de retratação
Vetão também se posicionou sobre as declarações do secretário de Governo, Márcio Passos, em entrevista a DeFato. “Eu peço aqui, em nome de tudo que nós iniciamos juntos, respeito pelo Poder Legislativo. Quero, realmente, uma retratação do nosso secretário de Governo, porque ele tem que vir a público mostrar onde estão as negociatas, os conchavos. É muito triste chegar a determinado momento, principalmente na cidade de Itabira onde está faltando oito anos pra entrar no fim da extração mineral, que (…) entre várias outras pautas importantes a gente está discutindo uma briga – entre aspas – uma rixa entre Poder Executivo e Legislativo.”
O vereador encerrou. Declarou que não se submeterá a “nenhum tipo de forçação política”, pediu que “os ânimos sejam acalmados” e finalizou a reunião ordinária.