Em vídeo, Aécio Neves se defende de acusações e diz que foi vítima de armação

Aécio Neves teve o mandato de senador suspenso pelo STF

Em vídeo, Aécio Neves se defende de acusações e diz que foi vítima de armação

O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou nessa terça-feira, 23 de maio, um vídeo no qual se defende da acusação de ter recebido R$ 2 milhões em propina dos donos do grupo J&F, os irmãos Joesley e Wesley Batista. No vídeo, o senador, que teve o mandato suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), diz que foi vítima de uma “armação”.

Aécio classifica de “injustificáveis” as operações que tiveram como alvo ele e sua família, resultando na prisão de sua irmã, Andrea Neves, e seu primo Frederico Pacheco. “Eu reafirmo aqui, de forma definitiva: não cometi crime algum. Minha irmã Andrea não cometeu crime algum. Meu primo Frederico não cometeu crime algum. São pessoas de bem, que sofrem hoje com a injustiça das sanções que lhes foram impostas”, diz o senador.“Nos últimos dias, vocês podem imaginar, minha vida virou pelo avesso. Eu fui vítima de uma armação conduzida por réus confessos que só tinham um objetivo: livrar-se dos gravíssimos crimes dos quais são acusados, mesmo que para isso precisassem implicar pessoas de bem”, diz.

No vídeo, Aécio Neves também volta a afirmar que o pedido de dinheiro a Joesley Batista, feito em conversa gravada pelo delator, foi um empréstimo, que seria posteriormente regularizado em um contrato que atestaria se tratar de uma transação entre duas pessoas privadas.

Segundo o senador, a partir daí Joesley teria armado uma situação na qual o empréstimo de R$ 2 milhões pareceria um ato ilegal. Aécio nega que tenha havido qualquer contrapartida pelo empréstimo, descaracterizando atos de corrupção.“Há cerca de dois meses eu pedi à minha irmã Andrea que procurasse o senhor Joesley e oferecesse a ele a compra do apartamento onde minha mãe vive há mais de 30 anos, herança de seu ex-marido, e que havia sido colocado à venda. Com parte desses recursos eu poderia então pagar as despesas de minha defesa em inquéritos que, tenho certeza, serão arquivados. E fiz isso porque não tinha dinheiro, não fiz dinheiro na vida pública”, afirma.

“Os criminosos são aqueles que se enriqueceram às custas do dinheiro público e que agora, neste instante, lá no exterior, zombam dos brasileiros com os inacreditáveis benefícios que obtiveram. Eles sim têm que voltar ao Brasil e responder à Justiça pelos inúmeros crimes que cometeram.”

Aécio Neves diz que vai se dedicar a provar sua inocência, bem como a de sua irmã e a de seu primo. Além disso, afirma que vai lutar para restabelecer a integralidade de seu mandato, que está suspenso por causa das acusações.

Delação

Em delação premiada, os executivos da JBS, uma das empresas do grupo J&F, alegam que os R$ 2 milhões recebidos pelo senador eram propina e que a contrapartida seria a indicação para um cargo na Vale, que não se concretizou.

Os executivos afirmam também que pagaram propina ao senador durante a campanha presidencial de 2014, com a expectativa de que ele atuaria a favor da empresa posteriormente, se fosse eleito. 

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