“Era um grande militar e que morreu cumprindo seu dever”, diz comandante da 12ª RPM sobre sargento assassinado

Célio Ferreira era casado e deixa filhos. Ele estava na Polícia Militar há cerca de 26 anos e morreu durante uma operação policial na noite de ontem (28)

“Era um grande militar e que morreu cumprindo seu dever”, diz comandante da 12ª RPM sobre sargento assassinado
Coronel Salazar, comandante da 12ª RPM (ao centro), lamentou morte de Célio Ferreira- Foto: Divulgação

A morte do morte do 3º sargento da 17ª Cia. Ida Polícia Militar Independente de João Monlevade, Célio Ferreira de Souza, causou comoção entre seus ex-companheiros. Na manhã deste sábado (28), o coronel Sérvio Túlio Mariano Salazar, comandante da 12ª Região de Polícia Militar (RPM), lembrou o amor de Célio Ferreira pela profissão.

“Gostaria de registrar que o sargento Célio Ferreira de Souza era um grande policial militar e que morreu cumprindo seu dever, servindo à sociedade. Ele estava ali se dedicando, amava sua profissão e buscava retirar de circulação pessoas envolvidas com o tráfico de drogas, prender pessoas que ameaçam outras por causa de drogas. Não havia a notícia de armas [nesta ocorrência], mas nem por isso foi deixado de ter todos os cuidados necessários. É, realmente, um momento de muita tristeza para a Polícia Militar. Um grande profissional que dedicou sua vida à serviço às comunidades de bem”, destacou o comandante da 12ª RPM.

O 3º sargento da PM foi assassinado na noite de ontem (27) durante uma operação contra o tráfico de drogas no bairro São João. Além de Célio Ferreira, outros cinco militares estavam empenhados na ocorrência. Dois jovens foram presos: C.R.R.M., de 18 anos, e I.O.C., de 20 anos. Eles foram presos na manhã de hoje (28) em uma residência no José Elói, bairro vizinho onde foi a ocorrência.

“Nossa tropa conhece muito bem a dinâmica daqueles que são contumazes possíveis autores na prática de crimes contra a liberdade e onde frequentam. E foi assim, procurando em todos os possíveis locais encontrar esses indivíduos. Buscamos onde eles estariam escondidos. Surgiram informações e conseguimos chegar ao local”, ponderou o coronel.

Segundo a PM, os militares se aproximaram e deram ordem de parada aos jovens que ignoraram o comando e evadiram do local efetuando disparos contra os policiais. Célio Ferreira foi atingido com três tiros, sendo um fatal na cabeça. A ocorrência foi registrada por volta de 23h50.

O sargento deu entrada no Hospital Margarida, onde recebeu os primeiros socorros. Uma aeronave da Polícia Militar foi acionada para que ele fosse levado para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Mas, devido a gravidade do ferimento, o sargento não resistiu e faleceu por volta de 4h deste sábado (28) no Hospital Margarida.

Desde o momento dos fatos, policiais militares da 17ª Cia. de Polícia Militar Independente e até mesmo de cidades vizinhas, como Itabira e Ponte Nova, se empenharam na busca pelos autores do crime. A PM já tinha, desde o primeiro momento, a identificação de quem eram os autores que foram reconhecidos pelos policiais. O cão farejador Urano, do 26 BPM de Itabira, deu apoio às buscas, sob comando do tenente Nery, e encontrou a arma utilizada no crime.

Um revólver foi a arma utilizada no crime – Foto: Divulgação PM

“Estamos envolvidos em dar a resposta completa deste caso. O mais importante é que a resposta já foi dada pela Polícia Militar, e será sempre desta forma. Com senso de equilíbrio, a PM prendeu os dois envolvidos neste crime bárbaro”, completou o coronel Salazar.

Os dois jovens presos possuem diversas passagens pela polícia: tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo, uso de drogas, ameaça, roubo e desobediência. Um dos jovens teria admitido ter efetuado o disparo, mas depois jogou a culpa no outro.

“Neste momento falam coisas diversas e voltam atrás muitas vezes. [Não dizem] nada de concreto. Mas a Polícia Civil, depois que eles prestarem depoimento, vai poder dar maiores esclarecimentos”, disse o comandante da 12ª RPM.

Durante as buscas pelos dois jovens, a PM encontrou um homem indicado como o chefe do tráfico de drogas naquela região. Ele foi preso e a droga a ele atribuída foi apreendida.

Célio Ferreira era casado e deixa filhos. Ele estava na Polícia Militar há cerca de 26 anos. Coordenou o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) na cidade desde sua criação, em 2004, até 2009. O corpo do sargento será velado no Velório Municipal de João Monlevade até às 17h. Neste horário haverá uma solenidade em frente ao quartel para despedida e honras fúnebres. Em seguida, o corpo segue para o estado da Bahia, onde vai ser sepultado em Paramirim, cidade natal de Célio Ferreira.