Estrada Itabira a Nova Era: quantos ainda precisarão morrer?

A MGC-120, estrada que liga Itabira a Nova Era, desde que foi asfaltada virou uma máquina de acidentes. É impressionante o quanto um trecho curto é tão perigoso

Estrada Itabira a Nova Era: quantos ainda precisarão morrer?
Foto: Thales Benício/DeFato
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Não tem como deixar de se indignar com mortes causadas nas estradas mal sinalizadas de nossa região. Todos os dias é isso. E isso cansa! Mas, mais do que cansar, causa tristeza, revolta e medo. Recebi com pesar a notícia do acidente envolvendo uma carreta e um ônibus, que transportava trabalhadores da mineradora Vale, na noite de quinta-feira (26). Infelizmente, a colisão resultou na morte de três pessoas e deixou outras 13 feridas.

Um vídeo, que imediatamente começou a circular nas redes sociais, chegou às minhas mãos. As cenas mostram um motorista ensanguentado e pessoas mortas dentro do ônibus completamente destruído. Morreram três trabalhadores, pais de família, pessoas que, com certeza, estavam lutando por uma vida melhor, pois se não, nem dentro daquele ônibus estariam.

A MGC-120, estrada que liga Itabira a Nova Era, desde que foi asfaltada virou uma máquina de acidentes. É impressionante o quanto um trecho curto é tão perigoso. Reservada as devidas proporções, é como se tivéssemos uma mini BR-381, em cerca de 30 km de percurso. Ali acontecem colisões frontais, tombamentos de carretas, acidentes entre carros de passeios e, mais do que isso, vidas indo embora por falta de responsabilidade dos órgãos, que deveriam ter mais atenção e respeito pela população.

Por ser uma rodovia estadual, a Itabira/Nova Era é de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A pista acabou se tornando uma rota de fuga para quem quer sair da BR-381, com destino à região nordeste do país. Não precisa ser um especialista para saber que o local não comporta tráfego de veículos pesados. Qualquer motorista, experiente ou não, que trafegar pelo pequeno trecho, perceberá rapidamente a insegurança da rodovia. Muitas curvas em uma pista estreita. Uma combinação, infelizmente perigosa e mortal, como estamos vendo ao longo dos últimos anos. Não se pode fechar os olhos para a estatística. Essa realidade não pode ser ignorada.

Por isso, uma pergunta em forma de sugestão para o DER/MG: por que não proibir o tráfego de veículos pesados nesse trecho? Uma medida simples, que aumentaria e muito a segurança no trajeto, sem trazer grandes impactos às empresas de transporte, que utilizam a rodovia.

O que não dá é continuarmos colecionando tragédias dia após dia!

* Gustavo Milânio é advogado.

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