Feliz Ano Novo

Já sabemos que o custo da máquina pública será bem maior … Os 23 ministérios viraram 37, e os reajustes em cascata do funcionalismo público já foram aprovados

Feliz Ano Novo

Ano novo, governo novo e quais são ou serão as novidades para a vida do cidadão?

De cara, todos nós já sabemos que o custo de carregamento da máquina pública será bem maior … Os 23 ministérios viraram 37, e os reajustes em cascata do funcionalismo público já foram aprovados. Os impostos federais que foram zerados sobre os preços dos combustíveis estarão de volta a partir de janeiro, e, provavelmente as alíquotas do ICMS sobre produtos e serviços essenciais (combustíveis, telecomunicações, energia e transporte público), que foram reduzidas, poderão voltar aos níveis anteriores. No ano novo, de volta, ao Brasil do passado: mais despesas, mais impostos, mais inflação.

O novo governo velho assim que criou a equipe de transição e antes de qualquer diagnóstico já queria licença para gastar. Aprovada a PEC da Transição já teremos que suportar um gasto adicional de R$145 bilhões e mais R$ 23 bilhões se houver aumento de arrecadação. A conta da sociedade vai ficando cada vez mais salgada.

Olhando pelo retrovisor fica para trás a possibilidade de voltarmos a uma sequência de superávits primários das contas públicas. Em 2022, depois de 9 anos seguidos de déficit deveremos ter um superávit da ordem de R$45 bilhões e ponto. O capitalismo de estado deve avançar de novo sobre a economia na tentativa de produzir crescimento e, de novo, pode deixar para a sociedade o triste legado de inflação, juros altos e uma dívida pública crescente. Por incrível que pareça, já vimos este filme antes e protagonizado pelos mesmos atores. Pelo visto eles querem insistir em provar que o que já deu errado pode dar certo.

No apagar das luzes do governo Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes e sua equipe podem ter deixado para o novo Congresso que toma possa no dia 01 de janeiro, a âncora fiscal necessária para conter gastos desenfreados e dessa forma permitir que o País e consequentemente a sociedade brasileira não sofra demasiadamente com a possibilidade de um descontrole fiscal. Assim, a oposição se anteciparia ao governo eleito, e, logo no início dos trabalhos já teria uma proposta para a nova âncora fiscal.

Os números deixados pelo governo Bolsonaro estão registrados na história, e, de agora em diante seremos testemunhas do desempenho desse novo velho governo e estaremos aqui para analisar e comparar.

Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis.

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