Fernando Diniz se mostrou incapaz de ajudar a resolver os problemas celestes, que não passam apenas por ele

Enquanto seguir pensando que apenas o dinheiro resolve, o Cruzeiro dificilmente voltará às antigas glórias. É preciso profissionalismo, e para ontem

Fernando Diniz se mostrou incapaz de ajudar a resolver os problemas celestes, que não passam apenas por ele
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Chegou ao fim a desastrosa passagem de Fernando Diniz pelo Cruzeiro. Em quatro meses, foram 20 jogos, com 4 vitórias, 9 empates e 7 derrotas, entre elas a final da Sul-Americana de 2024. Um rídiculo aproveitamento de 35%.

Escrever sobre a demissão de Diniz é escrever sobre uma tragédia anunciada. Já foi bem difícil entender a sua contratação dado o trabalho muito ruim desenvolvido no Fluminense em boa parte de 2024.

Ainda mais complicado de entender foi a sua permanência para 2025, quando já não faltavam sinais de desgaste pelo mau futebol jogado pelo time. Estava claro que a gestão Pedro Lourenço apenas adiou o inevitável: a demissão do treinador.

Isso posto, seria inocência creditar a Fernando Diniz toda a culpa pela falta de futebol do Cruzeiro. Sua saída é mais um exemplo da falta de critérios e profissionalismo que ronda a atual SAF cruzeirense.

Pedro Lourenço, o popular Pedrinho, tem o dinheiro, mas conhece pouco de futebol. Quase nada. A ponto de escolher como seu homem forte um dirigente que não emplaca bons trabalhos há anos.

Alexandre Mattos claramente possui um ótimo trânsito no mercado de transferências, mas nunca se notabilizou por fazer contratações pontuais. As últimas janelas do Cruzeiro são um exemplo disso.

Embora haja uma clara evolução em relação aos grupos montados entre 2020 e 2024, a Raposa possui um elenco com muitas falhas. Na tentativa de amadurecer um dos times mais jovens do país, foram contratados atletas velhos e em declínio. Cássio, Fagner e Dudu são alguns deles. 

Bolasie, no auge dos seus 37 anos, até fez uma boa temporada pelo Criciúma, mas em um contexto muito diferente. Não por acaso, somente clubes pequenos da Série A ou da Série B demonstraram interesse em contratá-lo.

Outro antigo problema do Cruzeiro, que não foi resolvido até então, é a falta de pontas confiáveis. Ter Lautaro Diaz, Dudu, Tevis, Bolasie e Marquinhos como opções para o setor é triste, para dizer o mínimo.

Contar com jogadores dribladores e fazedores de gols é essencial para furar defesas muito fechadas, como a do Betim, adversário do último sábado (25). Sem um jogador com essas características, a Raposa seguirá jogando um futebol lento e burocrático.

Resumidamente, faltam critérios na condução do clube. Enquanto seguir pensando que apenas o dinheiro resolve, o Cruzeiro dificilmente voltará às antigas glórias. É preciso profissionalismo, e para ontem.

P.S.: trazer Renato Gaúcho seria mais uma decisão muito questionável da atual SAF. Por que confiar em um técnico decadente, avesso ao estudo e dono de péssimos trabalhos nos últimos anos?

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

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