Festa da Ponte dos Machados acontece há 72 anos em Bom Jesus do Amparo

Fogueira gigante, friozinho, comidas, bebidas e muita música. Esses são os elementos essenciais que fazem da Festa de São João Batista, na comunidade de Ponte dos Machados, em Bom Jesus do Amparo, uma grande tradição de 72 anos. Realizada desde 1942, no mês de junho, a comemoração é fruto da religiosidade do festeiro João Alves […]

Fogueira gigante, friozinho, comidas, bebidas e muita música. Esses são os elementos essenciais que fazem da Festa de São João Batista, na comunidade de Ponte dos Machados, em Bom Jesus do Amparo, uma grande tradição de 72 anos.

Realizada desde 1942, no mês de junho, a comemoração é fruto da religiosidade do festeiro João Alves Fonseca, conhecido como Joãozinho. Na época, ele havia feito uma promessa de festejar São João, seu santo protetor, todo dia 23 de junho.

Em sua casa, era realizada uma novena e a bandeira do santo era levantada ao lado de uma fogueira, que na época não passava de 10 metros. A comemoração reunia todos os anos cerca de 200 pessoas, que comiam os quitutes feitos por sua esposa, Olindina Maria de Jesus, a Dona Dina. “A festa começou na casa do meu avô, na fazenda e a festa tomou grandes proporções. Não existia igreja somente a festa no galpão. O sonho do meu avó era fazer um galpão de São João Batista”, lembrou a neta, Sônia Oliveira.

Joãozinho faleceu no dia 10 de junho de 1970, há 13 dias da realização da festa, que neste ano acabou não acontecendo. Somente quatro anos depois, é que então a festa foi realizada novamente, porém não mais na casa de Joãozinho, mas em um depósito da Avelândia.

Dona Dina, viúva do criador da festa, deu um jeito de manter a tradição. “Ele disse que não precisava continuar com a festa, já que era uma promessa dele, mas meus parentes resolveram continuar”, disse orgulhosa.

Doação do terreno

A festa estava prestes a ter um local próprio, quando em 1975, a cunhada de Joãozinho, Maria Olinta Fonseca, doou um terreno para a construção de uma igreja.  Até então, não havia nenhum templo na comunidade. Segundo familiares do festeiro, houve muita polêmica quanto padroeiro que nomearia a igreja. Dona Dina queria que fosse São João Batista, pois esta era a grande vontade do marido.

Para chegarem a um consenso, foi necessário um sorteio para a definição do santo. Para surpresa de todos e alegria de Dona Dina, o  sorteado foi exatamente São João Batista. Desde então, a festa passou a ser realizada no terreno doado, antes mesmo da construção da igreja, que foi sendo construída com a renda dos festejos.

Atualmente, a realização do evento depende da colaboração de aproximadamente 100 pessoas, dentre toda a família do idealizador da festa, amigos e comunidade, que, mesmo sem terem conhecido Joãozinho, continuam perpetuando a tradição e tornando a festa cada vez mais popular.