Flautista ‘Seu Fifito’ morre aos 104 anos e deixa legado em São Gonçalo

Flautista e apicultor, o São-Gonçalense estava com a saúde fragilizada e faleceu na noite de quinta-feira (7)

Flautista ‘Seu Fifito’ morre aos 104 anos e deixa legado em São Gonçalo
Foto: Arquivo Pessoal

São Gonçalo do Rio Abaixo amanheceu nesta sexta-feira (8) com um grande sentimento de saudade. Na noite de quinta-feira (7), o patriarca da família Rodrigues, Efrem Rodrigues, de 104 anos, veio a falecer. Chamado carinhosamente de ‘Seu Fifito’, o lendário músico e apicultor, nasceu em 30 de julho de 1915 e, neste ano, completaria 105 anos.

Seu Fifito, condecorado como cidadão centenário pela Câmara Municipal de São Gonçalo, partiu deixando 10 filhos, 21 netos e 15 bisnetos. Enquanto pôde, ele cumpriu com rigor e ética o seu papel de patriarca, mantendo a família unida, através do mel e da música.

Harmonia

Flautista, seu Fifito, mesmo no período em que serviu ao Exército, nunca abandonou o dom trazido em vários acordes. Ele chegou a reunir um grupo para tocar flauta, violões e cavaquinho na 1° Companhia de Metralhadora do 12°Regimento para não abandonar a música.

“Esse negócio de música é muito complexo. A gente nunca acha que já está no ponto de agradar o público”, dizia ele.

Apesar de não ter seguido carreira profissional, sempre que tocava se preparava como se fosse apresentar em um concerto. O neto de seu Fifito, Aulus Rodrigues, que hoje é musicista, conta que o avô sempre foi rígido em relação à qualidade musical e que, com isso, deixou uma marca na família.

Flautista 'Seu Fifito' morre aos 104 anos e deixa legado em São Gonçalo
Flautista ‘Seu Fifito’ morre aos 104 anos e deixa legado em São Gonçalo

Abelhas

Apesar de ter sido servidor público da Prefeitura por bastante tempo, além da música, seu Fifito igualmente dedicava o seu tempo aos afazeres de apicultor. O universo de abelhas e mel também é uma das heranças deixadas por ele e seguido por seus filhos.

Aulus lembra que seu avô sempre foi um homem sério e que mantinha a vida muito ativa, com todas as nuances do interior. “Ele nunca foi de excessos, sempre foi uma pessoa muito metódica. Meu avô só ficou com a saúde debilitada em função da sua própria idade”, conta o neto. Ainda, Aulus tem a memória de que quando o patriarca tinha 90 anos era impressionante vê-lo fazer o seu próprio pão “Ele rachava a lenha, acendia o fogo, fazia a massa…”, disse

Comprometido com toda a família, seu Fifito nunca permitiu brigas e desavenças entre parentes e se doava para cultivar a união. Repleto de valores íntegros que o fazem ser memorável por todos os lugares que passou, a personalidade única de Seu Fifito ficou registrado na história.

Música de gerações

A vida de seu Seu Fifito foi gravada por meio das palavras da jornalista Eduardo Szklars, que escreveu uma matéria  sobre ele no jornal Estado de Minas, em 2001. Tal reportagem foi escolhida para compor a capa do caderno “Eu Cultura”. Além do texto, seu Fifito também contou a sua história para um vídeo produzido pela mineradora Vale.

O enterro de Seu Fifito aconteceu na tarde desta sexta-feira, em São Gonçalo do Rio Abaixo, restrito apenas à familiares.

 

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