Fundação Getúlio Vargas dá início ao programa de transferência de renda em Barão de Cocais

Com uma verba de R$125 milhões, o PTR de Barão de Cocais será feito em três etapas durante um ano; cadastramento deve ser feito pessoalmente

Fundação Getúlio Vargas dá início ao programa de transferência de renda em Barão de Cocais
Posto de atendimento realiza cadastros diariamente na rua Dr. Moura Monteiro, Vila Regina. Foto: Vale/Reprodução

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) começou o cadastramento ao Programa de Transferência de Renda de Barão de Cocais (PTR Cocais) no início deste mês. A transferência de renda será feita a famílias removidas da área com risco de rompimento da barragem Sul Superior da mineradora Vale.


A barragem está localizada na Mina Gongo Soco e cerca de 10 mil pessoas têm direito a receber o PTR Cocais. O atendimento acontece na rua Dr. Moura Monteiro, nº 166, Vila Regina diariamente, inclusive aos sábados e domingos, das 8h às 17h. Somente as pessoas atingidas podem fazer o seu cadastro, que deve ser presencial. Para concluí-lo, a pessoa beneficiada deverá apresentar um documento de identidade.

No espaço, também é possível abrir uma conta bancária pelo Banco do Brasil (BB), caso necessário. Para menores de idade, o BB disponibilizará uma conta poupança. Já a beneficiários adultos, o banco oferecerá opções de poupança, conta corrente ou mesmo planos de previdência privada.

Além do posto fixo, a FGV realizará atendimento presencial volante nas comunidades mais distantes do Centro. O cronograma do serviço será divulgado com antecedência à população. Informações sobre o PTR de Barão de Cocais também podem ser obtidas pelo Call Center, no número 0800 888 1182, e pelo Portal ptr.fgv.br/cocais.

Com uma verba de R$125 milhões, o PTR de Barão de Cocais tem previsão de durar um ano, a partir da data de homologação do contrato, assinado em maio. Os pagamentos serão realizados em três etapas ao longo desse período.

O plano

O plano de reparação e compensação consiste em três repasses trimestrais a pessoas que foram prejudicadas pelo esvaziamento da região. A indenização coletiva beneficiará residentes da região em três grupos: zona de autossalvamento, que representa o maior risco, zona de salvamento secundário, de risco médio, e pessoas cadastradas no CadÚnico.

O acordo foi assinado pela Vale em agosto do ano passado e envolve a Defensoria Pública de Minas Gerais, o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal e a Arquidiocese de Mariana. As comunidades receberão em torno de R$ 126 milhões e o valor total da compensação chega a R$ 527.531.926,14. Segundo a FGV, a expectativa é que os pagamentos sejam concluídos até o fim de 2024.

Ações de compensação
Há cinco anos, o risco do rompimento da barragem Sul Superior, da Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, obrigou centenas de pessoas a abandonarem suas casas nos distritos de Socorro, Tabuleiro, Piteiras e Vila do Gongo. A barragem acabou não se rompendo, mas os moradores não puderam mais retornar às suas antigas moradias.

O PTR de Barão de Cocais é resultado do acordo firmado entre a Vale, a Prefeitura e as Instituições de Justiça – Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais e o Ministério Público Federal – no valor total de R$ 527 milhões, dos quais, R$125 milhões foram destinados ao PTR. De acordo com a Vale, a empresa já repassou aproximadamente R$ 290 milhões.