Governador do Rio Grande do Sul diz que suspensão da dívida por três anos não será suficiente para recuperar o Estado

O número de mortos pela tragédia chegou a 147 e 127 pessoas estão desaparecidas

Governador do Rio Grande do Sul diz que suspensão da dívida por três anos não será suficiente para recuperar o Estado
Foto: Mauro Nascimento/Secom-RS

Durante reunião por videoconferência nesta segunda-feira (13), o presidente Lula (PT) propôs ao governador do RS, Eduardo Leite (PSDB-RS), a suspensão da dívida do estado para com a União por três anos.

A suspensão do pagamento da dívida por três anos equivale a R$ 11 bilhões e, somados aos R$ 12 bilhões dos juros, que também não seriam cobrados no período, totalizariam R$ 23 bilhões, o que permitiria a reconstrução do estado. A medida proposta está no Congresso Nacional em forma de projeto de lei complementar.

A reunião, transmitida ao vivo pelos canais oficiais do governo, contou com as presenças do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, além dos ministros, Fernando Haddad, da Fazenda, Rui Costa, da Casa Civil, Esther Dweck, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social.

Após a exposição da medida por Lula e Haddad, o governador gaúcho se manifestou: “É claro que nós vamos querer discutir mais e tratar de outros tantos pontos. Infelizmente não posso dizer que será suficiente essa medida. E o presidente e o ministro têm consciência disso. Vamos precisar de outros tantos apoios em outras tantas frentes e inclusive permanecer discutindo o tema da dívida em relação ao seu futuro”.

Leite admitiu reconhecer o esforço do Ministério da Fazenda, mas ressalta que a medida é “um passo” e “fica feliz de saber que tem no governo federal a possibilidade dessas discussões”, mas reforça: “Nós precisamos dessa solução de imediato para destravar ações no curtíssimo prazo de recuperação do estado, mas os efeitos se farão sentir por alguns anos, não apenas neste meu governo, como também no próximo governo e por mais alguns anos”.

Haddad destacou o valor economizado pelo estado com a suspensão da dívida e mencionou outras medidas do governo federal para a tragédia que se abateu no RS, como subsídios para juros e adiantamento de pagamento de programas sociais, que devem movimentar cerca de R$ 50 bilhões.

Lula anunciou seu retorno ao estado nesta quarta-feira (15), para anunciar novas medidas do governo federal junto ao governo gaúcho, que deve focar em benefícios e auxílios para a população reconstruir o patrimônio.

Lula tinha na agenda uma viagem para o Chile, mas cancelou para acompanhar de perto as ações no RS. Será a terceira vez que o presidente visita a calamidade no estado sulino.

O último balanço da Defesa Civil, divulgado nesta segunda-feira (13), aponta que 76.540 pessoas foram resgatadas dos temporais e a tragédia soma 147 mortos e outras 127 desaparecidas, com mais de 806 feridos.

Encerrando a reunião, Lula disse ao governador gaúcho para “reivindicar aquilo que vocês acham que pode ajudar o Rio Grande do Sul. É uma catástrofe, a gente não estava preparado para algo dessa magnitude. O estrago não só das pessoas que se perderam, que estão desaparecidas, dos animais, é algo que tem impactado muito a sociedade brasileira”, finalizou.