Herança do 2025 que o cruzeirense quer esquecer, Gabigol dá adeus melancólico ao clube
Antes incerta, a permanência do atacante se torna quase impossível após falha em momento decisivo
Parecia muito difícil. Reverter uma desvantagem, por mais simples que fosse, em um dos estádios mais hostis do Brasil era uma missão e tanto para o Cruzeiro. Mas uma atuação de altíssimo nível no primeiro tempo não só permitiu ao torcedor sonhar, como ainda deixou a Raposa, por três minutos, classificada à final da Copa do Brasil.
Não bastasse a eficiência dos 90 minutos, o Cruzeiro vinha sendo impecável na disputa de pênaltis. Até que Gabriel Barbosa, contratado, sobretudo, para esses momentos, desperdiçou a chance de garantir a classificação e trouxe o Corinthians de volta à disputa.
Um tremendo baque psicológico para um time que escalou uma enorme montanha. Ao praticamente recuar a bola para Hugo Souza, Gabriel encerrou com desleixo e apatia um capítulo espetacular do novo livro escrito pelo clube desde o retorno à elite.
Como aconteceu desde o primeiro dia em Belo Horizonte, o atacante demonstrou pouca conexão com o que acontecia à sua volta. Tratou como mais um jogo qualquer, quando não era. Mais do que uma vaga na final, o Cruzeiro dava novamente ao seu torcedor um sentimento que, por anos, esteve adormecido: o orgulho.
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Mas este grave erro ainda carrega outros simbolismos. No jogo deste domingo (14), vimos o melhor e o pior do clube na temporada. Contratado em setembro, Arroyo marcou os dois gols e, mais uma vez, deu sinais de ser uma grande esperança para o futuro celeste.
Já Gabigol, herança do Cruzeiro amador e despreparado do início do ano, encerra um ciclo rápido e de poucas alegrias. Mais do que uma grande economia aos cofres, sua partida deve ser encarada como um ponto de virada na gestão do clube, que agora também terá um novo técnico.
A Kaio Jorge, Matheus Pereira, Christian, Lucas Silva, Kaiki e os demais titulares do time que o torcedor conhece de cor, aplausos. Ao técnico Leonardo Jardim, gratidão. A Pedro Lourenço, a lição fundamental de que no futebol apenas o dinheiro não resolve.
A Gabriel Barbosa, o lamento por jogar fora o sonho de milhares de cruzeirenses que, em algum momento, gritaram seu nome a plenos pulmões nas arquibancadas. Todos queriam construir um final feliz, mas faltou combinar com o protagonista.
Sobre o colunista
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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