I Seminário Funcesi Azul reuniu cerca de 800 pessoas no circuito do evento; confira
O seminário contou com uma sala de transmissão simultânea ao lado do auditório para quem se sentisse desconfortável com grandes aglomerações

O I Seminário Funcesi Azul, realizado no Centro Universitário Funcesi, na última quinta-feira (3), promoveu um debate amplo sobre o autismo e a inclusão. Reunindo pais, mães e amigos de pessoas autistas, além de professores, profissionais da saúde e educação, representantes do Ministério Público e de entidades da sociedade civil, o evento foi marcado por uma programação dinâmica, com rodas de conversa, palestras e oficinas temáticas, com o intuito de proporcionar uma abordagem dinâmica ao tema. Entre as autoridades presentes estavam os vereadores Dulce Citi (PDT), Bernardo Rosa (PSB) e Marquinhos da Saúde (Solidariedade). O vice-prefeito Marco Antônio Gomes (PRD) também participou da roda de conversa ‘Autismo e a Equipe Multidisciplinar’, representando a Prefeitura. Segundo a apuração dos produtores, durante todo o evento, cerca de 800 pessoas, entre profissionais, participantes e palestrantes, movimentaram o seminário.
O público presente representou diversas cidades da região, incluindo Itabira, João Monlevade, São Gonçalo, Barão de Cocais, Belo Horizonte, Santa Bárbara, Itambé do Mato Dentro e Bom Jesus do Amparo. Além disso, jovens e adultos autistas também fizeram parte do seminário, contribuindo com as discussões e atividades promovidas.
Debates e oficinas
Marcelo Mendes, presidente da Funcesi e um dos organizadores do evento, ressaltou a importância do seminário para a conscientização e ação concreta em prol de políticas públicas para pessoas autistas. “O seminário foi idealizado para conscientizar e, mais do que isso, gerar iniciativas concretas. Tivemos debates riquíssimos com promotores, médicos e advogados, além das oficinas coordenadas por profissionais capacitados. Foi um aprendizado valioso para todos.”
A reitora da Unifuncesi, Flávia Pantuza, comentou sobre a responsabilidade acadêmica do evento. “Esse é um movimento que não pode parar. Precisamos desenvolver mais pesquisas, estudos e capacitações, envolvendo equipes multidisciplinares para garantir um avanço efetivo na inclusão.”
Amanda Teixeira, advogada especializada em direitos das pessoas com deficiência, que atuou na organização do evento com a Associação das Mães, Pais e Amigos dos Autistas de Itabira (AMA), compartilhou sua trajetória pessoal, que a levou a se especializar na área. “Comecei estudando os direitos dos meus filhos autistas e, ao me especializar, percebi que poderia ajudar muitas outras famílias. Hoje, atuo na defesa dessas pessoas, lutando por melhores condições e políticas públicas.”
Thiago Jacques, representante do Instituto Actus, enfatizou o papel social do evento. “Levar informação e conscientização sobre o autismo é um compromisso nosso. Queremos que iniciativas como essa continuem, permitindo que a comunidade tenha mais conhecimento e acesso a redes de apoio.”
Cleidileny Chaves, presidente do Ciscel e prefeita de Itambé do Mato Dentro, pontuou sobre a importância da capacitação dos profissionais para promover a inclusão efetiva: “Estamos buscando aprimorar a qualificação dos profissionais da saúde pública para garantir um melhor atendimento a crianças autistas e suas famílias. O autismo não é um obstáculo, mas um desafio que podemos superar com informação e suporte adequado.”
Impressões do público
Gioconda Silva, assistente social no Centro Municipal de Apoio Educacional (CEMAE) de Itabira, destacou a relevância das oficinas. “A oficina de manejo de crise foi muito esclarecedora. Aprendemos estratégias importantes para lidar com situações desafiadoras.”
Acessibilidade
Pensando na inclusão e bem-estar, o seminário contou com uma sala de transmissão simultânea, permitindo que aqueles que se sentissem desconfortáveis com grandes aglomerações pudessem acompanhar as palestras de um espaço mais tranquilo. Também houve a presença de uma intérprete de Libras, garantindo acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva. Outro elemento que contribuiu para a acessibilidade foi a autodescrição de cada palestrante no momento de sua fala, permitindo que pessoas com deficiência visual compreendessem a aparência dos responsáveis pela atividade.
A advogada Juliana Campos elogiou a preocupação com a acessibilidade. “Ter autodescrição para pessoas com deficiência visual é essencial. A Funcesi mostrou um compromisso real com a inclusão, e isso nos faz sentir pertencentes ao evento.”
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