Itabira: profissionais da enfermagem voltam a protestar pelo piso salarial nacional

Manifestação aconteceu uma semana após o primeiro protesto, realizado em 7 de setembro, e pede valorização da categoria

Itabira: profissionais da enfermagem voltam a protestar pelo piso salarial nacional
Foto: Gustavo Linhares/DeFato
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Na manhã desta quarta-feira (14), enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem realizaram mais uma manifestação em favor do pagamento do piso salarial nacional em Itabira. Pouco mais de 30 profissionais se concentram logo cedo, por volta das 7h, no Terminal Rodoviário Genaro Mafra, na região central da cidade — e de lá saíram, em cortejo, às 9h. O vereador Reinaldo Soares de Lacerda (PSDB), defensor da causa, era o único parlamentar da cidade a acompanhar o protesto.

“Essa manifestação é a nível nacional e o nosso interesse é mostrar as autoridades máximas que não aceitamos esse bloqueio em nosso piso salarial. O piso que foi votado, aprovado e sancionado. Nós acompanhamos todos os passos e avaliações em comissões. A classe estava ansiosa e foi surpreendida por uma decisão [liminar de suspensão] em um domingo. É uma classe sofrida, que trabalha muito, como todos viram na pandemia de Covid-19, e esperávamos nesse momento um pouco de consideração e valorização de todos”, afirma Rosilene Guedes de Lacerda, enfermeira há mais de 25 anos.

Os manifestantes seguiram pelas avenidas João Pinheiro, Carlos de Paula Andrade e Carlos Drummond de Andrade e finalizaram o ato no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) — um dos principais da região. Os profissionais da enfermagem defendem o pagamento integral do piso salarial, cobram valorização pela sua atuação em prol da comunidade e se colocam abertos para negociações.

Essa é a segunda manifestação realizada pela categoria em Itabira. A primeira aconteceu no dia 7 de setembro, quando houve uma adesão maior por parte dos enfermeiros, técnicos e auxiliares que atuam no município. Outras manifestações vêm acontecendo em todo o país desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, suspendeu a lei que instituiu a nova remuneração — e que havia sido sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Temos até sexta-feira o julgamento no STF que, hoje, tem cinco votos contrários e três favoráveis [ao piso salarial], então queremos conseguir esses votos até sexta. Também temos pedidos a deputados que ajudem a mostrar a fonte de custeio [para colocar a lei em vigor]. Não dá mais para esperar, pois esse profissionais esperam há mais de 30 anos por essa valorização”, destaca Reinaldo Lacerda.

Entenda

Sancionada por Jair Bolsonaro em agosto, a lei que institui o piso nacional da enfermagem foi suspensa por decisão do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, já no dia 4 de setembro, um domingo. Barroso alega que há temor de não haver fontes de financiamento para a nova remuneração, o que pode causar demissões em massa, fechamento de leitos e sobrecarga no serviço público de saúde.

A decisão de Luís Barroso está em julgamento pelo STF. O processo começou na sexta-feira (10) e conta c0m cinco votos a três para que continuem suspensos os pagamentos do piso salarial até que sejam feitos cálculos sobre as maneiras de financiar a nova lei.

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