Léo Portela sobe o tom ao criticar projeto de lei que promove direitos LGBTQIA+ em Itabira
Em vídeo divulgado nas redes sociais, deputado estadual faz duras criticas ao prefeito Marco Antônio Lage; a secretária de Educação, Laura Souza; e a governos passados
Fazendo valer aquele famoso dito popular de que “o ano só começa depois do Carnaval”, o mês de março iniciou bastante agitado na política itabirana. Depois de um áudio vazado mostrar divergência de opinião entre o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) e o vice-prefeito Marco Antônio Gomes (PL), agora foi a vez do deputado estadual Léo Portela (PL) também se posicionar contrário a algumas decisões do chefe do Executivo Municipal. A polêmica gira em torno do projeto de lei 10/2022, de autoria da Prefeitura de Itabira, que cria a Política Municipal e o Conselho Municipal LGBTQIA+, além da nomeação da professora Laura Souza — com um histórico ativista nos movimentos LGBTQIA+ da cidade — como secretária de Educação.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Léo Portela não poupou críticas ao prefeito Marco Antônio Lage, condenando as suas decisões políticas. Ele também direcionou ataques a Laura Souza, questionando a sua nomeação para a Secretaria de Educação com argumentos morais que podem ser interpretados como preconceituosos, homofóbicos e machistas. Além disso, deixou a entender que governos passados eram corruptos — embora não tenha citados quais administrações possam estar ligadas a irregularidades.
“Aqui é o deputado estadual Léo Portela gravando este vídeo para repudiar gravemente a escolha do prefeito Marco Antônio Lage para a Secretaria de Educação. Nós não aceitaremos ninguém ligado a militância ideológica contrária aos valores cristãos sendo responsável pelas políticas educacionais da nossa querida cidade. Itabira não merece isso”, disparou.
“Nós nos levantamos em peso em apoio ao prefeito Marco Antônio Lage [nas eleições de 2020] pois acreditávamos em uma política diferente, nova e de alguém que é ficha limpa. Diferentemente dos governantes do passado. Nós não compactuaremos jamais com nenhum tipo de escolha deletéria que avance contra os direitos da família. Assim sendo, como representante também do Partido Liberal na cidade, partido do presidente Jair Bolsonaro e partido que tem o vice-prefeito [Marco Antônio Gomes] na cidade, venho a público condenar, repudiar o envio do projeto de lei que cria o Conselho LGBTQYZX+, nem sei como que fala essa sigla. Então não aceitamos isso também em Itabira”, completou Léo Portela.
Em seu discurso, o deputado estadual se colocou como principal representante político da ala evangélica no Município, ao lado do seu pai, o deputado federal Lincoln Portela (PL). Dessa forma, cobrou dos vereadores itabiranos o voto contrário ao projeto de lei 10/2022 e ameaçou ir as ruas protestar contra a aprovação do Conselho LGBTQIA+ em Itabira.
“Falo também em nome dos evangélicos da cidade, pois sou representante mais votado por eles na cidade, isso historicamente a duas eleições, assim como o deputado federal Lincoln Portela, e repudio e conclamo os vereadores da Câmara Municipal que se unam para barrar esse projeto. Itabira não merece isso. Itabira não merece nenhuma tipo de política que sejam contra os valores cristãos e os valores da família. Se necessário for estamos prontos a ir para as ruas para barrar esse tipo de medida”, afirmou Léo Portela.
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Entenda
Na terça-feira (1º), um áudio vazado expôs divergências de opiniões entre o vice-prefeito Marco Antônio Gomes (PL) e o prefeito Marco Antônio Lage (PSB). Em pouco mais de quatro minutos de gravação, Gomes afirma não compactuar com várias decisões do chefe do Executivo, diz que há diversos “demônios” na Prefeitura de Itabira e faz críticas a outros membros da administração do Município.
A polêmica gira em torno de dois temas: o projeto de lei 10/2022, de autoria de Marco Antônio Lage, que cria o Conselho Municipal LGBTQIA+ e a nomeação da professora Laura Souza — com um histórico ativista nos movimentos LGBTQIA+ da cidade — como secretária de Educação.
As duas medidas adotadas por Marco Antônio Lage criaram um desconforto, principalmente, em grupos evangélicos que apoiam o governo. Pastor da Igreja Batista Central, Marco Antônio Gomes foi cobrado por uma ala destes apoiadores — o que motivou a gravação do áudio vazado.
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