Libertas Butiquim comemora 4 anos de sucesso na noite itabirana

Nascido do desejo de liberdade, o bar homenageia Drummond e recebe os clientes de braços abertos

Libertas Butiquim comemora 4 anos de sucesso na noite itabirana
Ricardo, Gabriel e Janaína, sócios no Libertas Butiquim. Foto: Acervo pessoal
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Ricardo Guerra Martins Torres, de 37 anos, vai comemorar – ao lado dos sócios Gabriel Andrade e Janaína Andrade – os quatro anos de história do Libertas Butiquim, bar que eles abriram juntos. O empresário, administrador de empresas e especialista de marketing, conta que o espaço foi inaugurado numa segunda-feira, 30 de abril, há quatro anos. “Foi a única segunda-feira em que a gente abriu”, se diverte.

Depois de anos trabalhando no meio político, Ricardo se viu sem norte após uma decepção. “Eu me sentia preso financeira e emocionalmente às funções que eu cumpria antes e fui obrigado a mudar os rumos e procurar um novo ar”, lembra.

Na época, Gabriel Andrade, cunhado de Ricardo, tinha uma distribuidora de bebidas no mesmo local onde, hoje, é o bar. Ele viu ali uma oportunidade de tomar um novo rumo profissional. “Acho que é nessas horas que Deus age para traçarmos outros caminhos. Sinto que ganhei uma vida nova e melhor do que tinha antes”, define.

O empreendedor propôs ao cunhado organizar melhor o estabelecimento dele e, junto a sua esposa, Janaína Andrade, investiu no negócio. Eles logo viram o potencial: a localização era boa, com estacionamento, área externa que comportava uma deque confortável e poucos bares nas proximidades. “Eu gosto que tenha concorrência, mas não que ela esteja grudada no bar”, explica, com bom humor.

Ricardo lembra que a escolha do nome, Libertas, foi uma decisão ligada à sua história pessoal. E a inspiração, como não poderia deixar de ser, veio do conterrâneo famoso, Carlos Drummond de Andrade. Para o empresário, ter Itabira e o poeta maior como uma referência no bar era importante, mas ele buscava uma forma que não fosse nem óbvia e nem caricata.

“Ele traduziu cinco músicas dos Beatles, em 1969, para a extinta revista Realidade. E uma delas é a ‘Blackbird’, o pássaro negro que, na tradução poética de Drummond, se tornou o melro. Ele virou o símbolo do nosso bar. E no texto da tradução Drummond diz o seguinte: ‘a vida toda esperaste a hora e a vez de teu voo. A vida toda esperaste a hora e a vez de ser livre’. Nada encaixou tão bem na nossa ideia”.

O administrador ainda complementa que esse desejo por liberdade também era o que ele sentia na época. “O melro é o pássaro que busca sair da gaiola e foi isso que aconteceu na minha vida”. Para ele, os clientes embarcaram na magia criada pela história de escolha do nome Libertas e abraçaram a ideia.

Etapas importantes

O empresário conta que ele e os sócios tiveram muitos momentos marcantes nesses quatro anos de história. “No princípio, a gente precisou saber controlar o grande volume de pessoas que chegaram interessadas em conhecer o bar novo. Tivemos muitos problemas para direcionar ao público que a gente almejava”.

A intenção sempre foi o bar ser um lugar  agradável para todos os tipos de público, mas com foco em famílias. O ambiente seguiu sendo preparado para que pais com filhos, casais e pessoas mais velhas também se sentissem à vontade e livres para aproveitar o bar. Assim, perto de completar um ano de história, o Libertas inaugurou um espaço infantil. “Ali, realmente, foi uma virada de chave. Com isso, conseguimos consolidar o perfil do público”.

Porém, na sequência, veio a pandemia do novo coronavírus, que se estendeu por quase dois anos. O Libertas parou completamente as atividades. “Ficamos fechados por oito meses. No começo, tentamos fazer um delivery, mas não deu muito certo e permanecemos sem funcionar. Ainda assim, não mandamos nenhum funcionário embora”.

Com a abertura gradativa do comércio, o Libertas voltou a abrir as portas praticando tudo que era determinado pelos protocolos de combate à pandemia. “Fizemos tudo o que era solicitado para manter a saúde da equipe, dos frequentadores e, claro, a imagem do bar”.

Atendimento nota 10 e regrinhas

Um dos itens que fizeram com que o Libertas caísse no gosto dos clientes foi o atendimento cordial e personalizado. “Nós, donos, estamos sempre lá, fazendo o atendimento. Assim, a gente consegue estreitar os laços com eles, conversar, bater papo e isso é um grande diferencial”, detalha.

Ricardo se diverte ao contar que o bar tem certas regrinhas que ajudaram a formar o perfil dos clientes mais assíduos. Uma delas é o fato de não acontecerem apresentações de música ao vivo, por exemplo. O empresário explica que preza pela política da boa vizinha e respeita o fato do bar estar em um bairro residencial.

“Tem muita coisa que implementamos lá e que não gostaríamos de mudar, como nosso horário rigoroso. Passamos nas mesas encerrando a cozinha. E, pouco depois, a gente oferece a saideira para conseguir terminar o atendimento na hora certa. Porque fazemos isso? Para manter a qualidade”, frisa.

Ele também reforça que há limitação de mesas e pessoas para manter o atendimento ágil na cozinha e o conforto para quem frequenta o Libertas. E, por fim, não são permitidas comemorações de aniversário com bolo! Isso mesmo! Ricardo explica que é uma questão de empatia, sobretudo com as crianças que vão ao estabelecimento.

“Não somos um salão de festas. O espaço kids está ali para dar uma liberdade aos pais de tomarem sua cervejinha com os filhos em segurança, interagindo com outras crianças. É muito desconfortável ver os pequenos, que não estão na comemoração de aniversário, pedirem um pedaço de bolo e não termos para dar. Como eu vou pedir ao cliente para dar o bolo? Mas, é isso, somos um butiquim!”.

Sobre as festas

No primeiro aniversário do Libertas, em 2019, Ricardo conseguiu organizar uma grande festa. O público aprovou e isso alimentou a esperança de transformar o evento em uma tradição. Mas, em 2020, a pandemia não permitiu a continuidade. Assim, os proprietários optaram por realizar uma live solidária que deu super certo. Dessa forma, eles repetiram a ideia em 2021 e arrecadaram ainda mais doações.

“Essa segunda live foi um sucesso maior ainda. Conseguimos mais de uma toneladas de alimentos e fizemos doações para várias cidades da região, bem como instituições como o asilo e o hospital de Santa Maria de Itabira, a Fazenda Esperança, entre outros. Tinham muitas pessoas passando muito mais dificuldades do que a gente”.

Agora, finalmente, eles vão retomar o sonho de organizar a festa de maneira presencial. “Esperamos um público de cerca de 600 pessoas, para comemorar bastante. A gente conseguir passar por esse período conturbado merece celebração”.

A festa acontece na Fazenda Itagracel, em Candidópolis, nesse sábado (30), a partir das 14h. O evento vai contar com o famoso espaço kids para garantir a alegria da criançada e a tranquilidade dos pais. Também terá a parceria com a cervejaria Ayres e sua cartela completa de chopps artesanais. Por fim, a comida fica por conta da própria cozinha do Libertas Butiquim, com direito aos amados torresmo e pão molhado, entre outros pratos.

A programação musical conta com a discotecagem do coletivo Casa de Jah e shows do cantor Yago Rios; da tradicional banda itabirana Los Herves; e da banda cover de AC/DC, Seu Madruga.

“Foram quatro anos de muita luta e dificuldades, mas também de muito sucesso. Hoje, estamos de portas abertas, funcionando bem, com um movimento muito bom, um público muito fiel e, realmente, temos que muito para nos alegrar”, finaliza Ricardo.