Lula é vaiado em encontro com prefeitos em Brasília

Vaiado e aplaudido, esse o cenário com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se deparou nesta terça-feira (20), em reunião com prefeitos de todas as regiões do país, em Brasília.

O evento, denominado Vigésima Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios contou com a presença de cerca de 12 mil gestores públicos, prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais.

Recebido com vaias, Lula disse à plateia que atende a todos os prefeitos “independentemente” de que partido sejam; momento em que aplausos se misturaram às vaias.

“Eu queria fazer um apelo a vocês. Eu duvido que tenha um prefeito, de qualquer partido político, que um dia possa dizer que ele não foi atendido no governo por causa de sua filiação partidária. Não existe essa possibilidade. Nem de prefeito, nem de governador. Porque eu, quando vou atender um prefeito, um governador, eu não estou atendendo um representante de um partido, eu estou atendendo a uma pessoa que foi democraticamente eleita para representar os interesses do povo da cidade ou estado”.

Durante o discurso, o presidente defendeu o chefe da Casa Civil, Rui Costa, presente ao evento, reclamando que o ministro “é tratado como se fosse um cara que não deixa as coisas acontecerem”.

“Na verdade, todos vocês prefeitos devem ter um secretário que tem o mesmo papel que é o chefe da Casa Civil.

É fazer com que as coisas funcionem corretamente e que todos os secretários se dirijam a ele para que as coisas possam dar certo. Quero aproveitar, na frente dos prefeitos, agradecer o papel importante e relevante do Rui Costa”.

Fazendo uso da palavra, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkolski, teceu críticas a decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que buscam dar transparência e publicidade a emendas parlamentares destinadas a estados e municípios, quando reclamando que as determinações do Poder Judiciário têm dificultado o repasse dos recursos do Orçamento para ações nas cidades.

“Agora com a nova lei, que foi a decisão do Supremo, que nós vamos discutir de tarde, que é a questão das emendas, o deputado não pode ser escravo porque ele prometeu e não chega lá (o recurso), mas não chega porque agora ele vai ter que apresentar o projeto, ele vai ter que discutir {…}, limita tudo”.

Na oportunidade, Lula alfinetou Ziukolski, dizendo que neste ano ele voltou “inflamado”, numa alusão a anos anteriores quando o representante dos municípios não foi tão contundente com o presidente da República.

Além de Lula e Rui Costa, da Casa Civil, estiveram presentes o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, Luiz Marinho, ministro do Trabalho, Camilo Santana, ministro da Educação, Gleise Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Márcio Macêdo, secretario -geral da Presidência.

Fonte: G1