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Mucida pede apoio à Bolsa de NY para soluções de danos socioambientais da mineração

Itabira, Bela Vista de Minas e São Gonçalo do Rio Abaixo estão entre as finalistas do do Prêmio Municípios Mineradores

Mina Conceição, em Itabira - Foto: Esdras Vinícius

No final de fevereiro, o deputado estadual Bernardo Mucida (PSB) encaminhou uma carta à Bolsa de Valores de Nova York pedindo apoio para buscar soluções para os danos socioambientais em razão da extração mineral em Itabira, provocados pela multinacional Vale S.A. O documento é endereçado à Lynn Martin, presidente da instituição financeira.

“Conforme informado pela própria Vale S.A. m seu relatório 20-F, apresentado à Bolsa de NY, a exaustão das minas de Itabira está prevista para o ano de 2031. O anúncio desse esgotamento cria um ambiente de incerteza quanto ao futuro do Município, sua sustentabilidade econômica, ambiental e social após o efetivo encerramento das atividades nas minas do Município”, diz Bernardo Mucida em trecho do documento.

O deputado, ainda, afirma que após a exaustão das minas da Vale em Itabira, outras plantas da empresa também deverão ter as suas atividades encerradas nas próximas décadas. Por isso, o Plano de Fechamento de Minas em Itabira deve ser trabalhado como um modelo a ser seguido pela empresa em processos futuros.

“O Município de Itabira, assim como os demais municípios mineradores do Estado de Minas Gerais, apresentam forte dependência econômica da mineração, sendo que mais de 70% de suas receitas tributárias estão ligadas direta ou indiretamente às atividades mineradoras. A exaustão das minas, que se aproxima, poderá levar o Município a desastre econômico e social, deixando a cidade esvaziada, empobrecida, com o Governo Municipal incapaz de suportar a manutenção dos serviços básicos diante a inevitável queda na arrecadação”, aponta outro trecho do documento.

Cobrança pelo desenvolvimento sustentável

Na carta enviada à Bolsa de Nova York, Bernardo Mucida também denuncia “uma contradição”. De acordo com o deputado estadual, a Vale, em sua Agenda ESG, “assume compromisso de ser uma operadora sustentável, catalisadora de desenvolvimento local e agente global de sustentabilidade”. Porém, em Itabira, onde suas minas podem se exaurir em menos de dez anos, “a mineradora não garante efetividade do compromisso com o Município”.

“Por entender ser de responsabilidade conjunta do mercado de capitais e das comunidades envolvidas, é crucial se atentar a esse panorama, uma vez que tal assunto é objeto de incisivas cobranças na Assembleia Legislativa de Minas Gerais a respeito dos danos provocados pela extração minerária e do desenvolvimento econômico após o fechamento das minas”.

Como deputado estadual, Bernardo Mucida é vice-presidente da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A carta enviada à Bolsa de Nova York é datada de 25 de fevereiro, mas, até esta quarta-feira (10), não houve retorno da instituição financeira.

Bernardo Mucida enviou carta à Bolsa de NY pedindo apoio para a diversificação econômica de Itabira – Foto: Divulgação/Gabinete/Bernardo Mucida
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