Natal de Paz
O espirito do Natal é construído, de modo especial, no Tempo do Advento quando somos chamados a preparar intensamente a vinda do Deus Menino
Caríssimos irmãos e irmãs, vamos viver o Natal de Jesus! Celebremos a alegria de um Deus que vem ao nosso encontro trazendo a paz. E como o nosso mundo está sedento da paz! E Ele, insistentemente, grita pela Paz.
O nosso querido Papa Francisco tem reiterado, em várias de suas reflexões, que precisamos construir um mundo de paz: “o Príncipe da paz opõe-se ao ‘príncipe deste mundo’, que semeia a morte. Assim, dizer ‘sim’ ao Príncipe da paz significa dizer ‘não’ à guerra. Toda a guerra — à própria lógica da guerra — é viagem sem destino, derrota sem vencedores, loucura indesculpável. Mas, para dizer ‘não’ à guerra, é preciso dizer ‘não’ às armas”.
Vendo o mundo com tanta guerra e violência fica em nós uma sensação de que estamos distantes da paz que o Menino Jesus traz, uma vez que os homens e as mulheres de hoje não estão dando um testemunho eficaz que colabora para que a paz prevaleça. Precisamos ser mais perseverantes na oração e pedir a intercessão de Nossa Senhora, assim como fez Francisco, quando sulpicou, na Basílica de Santa Maria Maior de Roma: “Ó Rainha da Paz, de Vós imploramos a misericórdia de Deus, e vos suplicamos: acolhei o nosso grito! Precisamos do vosso olhar, do vosso olhar de amor que nos convida a confiar no vosso Filho Jesus. Vós que estais disposta a acolher as nossas mágoas, vinde socorrer-nos nestes tempos subjugados pela injustiça e devastados pelas guerras. Enxugai as lágrimas dos rostos sofredores de quem chora a morte dos seus entes queridos, dos seus filhos. Despertai-nos do torpor que obscureceu o nosso caminho e tirai do nosso coração as armas da violência, para que se realize sem demora a profecia de Isaías: “transformarão as suas espadas em relhas de arados, e as suas lanças, em foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se adestrarão mais para a guerra“ (Is 2,4).
Roguemos à Mãe de Jesus para que possamos ver acontecer a Paz, que por um lado, é tão almejada, e por outro, parece estar muito distante. Que a Rainha da Paz possa pedir ao Filho Jesus que, no Natal, Ele traga a Paz para o mundo, para as famílias que vivem em situação de violência e para as pessoas que estão sozinhas. Que o Menino Deus toque os nossos corações para que possamos viver a verdadeira conversão.
Querido irmão e querida irmã, é preciso sonhar com o mundo da paz, onde todos poderão viver a alegria do Natal. Um sonho que pode tornar-se realidade em nós, afinal, o Menino Deus é a Luz do mundo, o Príncipe da paz! Ele é o grande presente que Deus deu à humanidade. Deus doa gratuitamente a salvação a todas as pessoas que acolhem Jesus e a sua proposta. O Natal é, como disse o Anjo aos pastores, “motivo de grande alegria”. Não se entende o Natal sem alegria. O Natal é a festa da alegria, porque somos amados por Deus com a presença de Seu Filho Único entre nós para toda a humanidade. Em Jesus, todos fazemos parte da grande família de Deus, pois nos tornamos filhos de Deus, no Filho.
É maravilho perceber que Deus olha por nós e quer o nosso bem, mesmo quando nos afastamos dele e não praticamos os seus ensinamentos. Deus é amor e, por amor ele vem ao nosso encontro, para nos libertar e para que possamos ser instrumentos dele. Natal é tempo de deixar Deus agir em nós.
Feliz e abençoado Natal para todos vocês!
Padre Hideraldo Verissimo Vieira é pároco na Paróquia São João Batista – João XXIII, em Itabira, e licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com especialização em Ensino Religioso pela PUC Minas.
O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.