O Trilhão de Paulo Guedes

A economista e colunista da DeFato Online, Rita Mundim, analisa o cenário econômico brasileiro

O Trilhão de Paulo Guedes

Paulo Guedes, o superministro do governo Bolsonaro, assumiu o ministério da economia com a árdua missão de introduzir o liberalismo no Brasil. A diminuição da participação e do papel do Estado na economia com a construção de um modelo de crescimento protagonizado pela iniciativa privada exigiria muito trabalho e muita articulação política. A viabilidade e sustentabilidade de um modelo liberal seria e será impossível sem as reformas tributária e administrativa que ainda não foram votadas e que já entram como prioridade na pauta de um segundo mandato, se isso acontecer.

O primeiro mandato de Jair Bolsonaro foi marcado por uma tragédia nacional, Brumadinho, que parou a mineração em Minas e impediu um maior crescimento do PIB naquele ano e que também foi afetado pela crise argentina agudizada com a saída de Macri do poder, e, a volta do populismo (Alberto Fernandez e Cristina Kirchner) com a crescente deterioração da economia daquele que era nosso maior parceiro comercial na América Latina. Em 2020, o Brasil crescia a 3% a.a. em fevereiro, antes da pandemia.

Em março, o mundo foi fechado para conter o Covid-19. Ao analisarmos o desempenho do governo brasileiro na crise podemos ver que a performance da economia durante a crise e na recuperação pós vacinação, foi e é comparável à das maiores economias do mundo. Hoje a economia brasileira, com exceção da indústria, está rodando acima dos níveis de fevereiro de 2020. É bom lembrar que o setor de serviços, responsável por dois terços da geração de riquezas no País, está operando 7,2% acima do nível pé pandemia e apenas 4,0% abaixo do recorde histórico registrado em novembro de 2014.

Quando a economia global parecia pronta para a retomada, em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invade a Ucrânia e joga álcool na fogueira da inflação causando um choque de oferta em grãos e petróleo. E para não dizer que não falei de inflação, de novo, podemos comparar a performance do nosso Banco Central independente, ou seja, da nossa inflação, com os Bancos Centrais dos países desenvolvidos.

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos está em 8,3%, o maior nível em 40 anos. Na zona do euro, a inflação de 7,4% é a maior da história e no Brasil, a inflação de 12,13%, incomoda, mas é bem menor do que a de 55,1% a.a. na Argentina e a de 172,00% a.a. na Venezuela.

Em meio e apesar deste turbilhão que aflige a economia global desde março de 2020, o governo conseguiu avançar em várias pautas que estão sendo responsáveis pela queda persistente do desemprego no País, que caiu de 14,9% para 11,1% de março do ano passado a março deste ano e que estão colocando o setor privado, como deveria ser, no protagonismo da construção do crescimento do País.

Foram aprovadas a Reforma da Previdência e a PEC Emergencial que melhoram o perfil de gastos do governo, os marcos do gás, do saneamento, das startups, das ferrovias, da cabotagem (BR do Mar) que já estão atraindo bilhões em investimentos. Para melhorar o ambiente econômico, vieram também o marco do câmbio e das garantias. O processo de privatização da Eletrobrás deverá ser concluído até julho.

Portos e aeroportos foram privatizados, a privatização dos correios está em curso, os estudos para a privatização da Petrobrás e da empresa do pé Sal foram iniciados, o leilão de 5G foi realizado, 30 contratos de novas ferrovias foram assinados, o Banco Central é independente e já entregou o PIX e o Open Banking para a sociedade, e, o Brasil é hoje o sétimo governo mais digitalizado do mundo diminuindo em muito, a burocracia, que atrasa a vida do cidadão e o crescimento das empresas.

Diante do exposto, acho que podemos acreditar na secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimento do Ministério da Economia, Martha Seil ler, segundo ela, 145 certames foram realizados desde 2019 somando R$838 bilhões em contratos, e, assim, até o final de 2022, com os leilões já previstos, o ministro Paulo Guedes e nós brasileiros poderemos comemorar a marca de R$1 trilhão em contratos e privatizações.

Rita Mundim é economista, mestre em Administração e especialista em Mercado de Capitais e em Ciências Contábeis

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