Prefeitura de Itabira: Márcio Passos pede exoneração da Secretaria de Governo
O então secretário de Governo comunicou, nesta segunda-feira, ao prefeito Marco Antônio Lage, o seu pedido de desligamento do Executivo
Agora é oficial: Márcio Magno Passos não é mais secretário de Governo da Prefeitura Municipal de Itabira. Na tarde desta segunda-feira (4), ele entregou o seu pedido de exoneração ao prefeito Marco Antônio Lage (PSB) — e essa decisão foi motivada pelos problemas de saúde que vem enfrentando desde o início de setembro, quando precisou se afastar das suas funções no Executivo itabirano. Geraldo Magela Pena Torres, o Torrinha, que vinha exercendo, de maneira interina, a titularidade da pasta, deve seguir no cargo.
Segundo Márcio Passos, que confirmou com exclusividade para o portal DeFato a sua saída do governo, o seu quadro de saúde teve uma piora no último final de semana. Ele precisou ser internado novamente no Hospital Felício Roxo, em Belo Horizonte — o mesmo centro médico no qual foi submetido a uma angioplastia na semana passada.
Devido a essas complicações, Márcio Passos resolveu priorizar a sua saúde e focar na plena recuperação. Dessa forma, ao receber alta hospitalar, retornou à Itabira nesta segunda-feira e apresentou ao prefeito municipal o seu pedido de exoneração. O então secretário de Governo vinha enfrentando um cenário turbulento na Prefeitura de Itabira, sobretudo no relacionamento com a Câmara de Itabira, onde encontrava resistência junto à maioria dos vereadores.
Tentativa de retorno
No final de setembro, Márcio Passos chegou a ensaiar um retorno à secretaria de Governo. A expectativa era de que ele conseguisse autorização médica para que reassumisse as suas funções na última segunda-feira (27). Porém, isso acabou não acontecendo.
Passagem pela Prefeitura de Itabira
Márcio Passos assumiu a Secretaria de Governo no dia 15 de abril — substituindo o então titular da pasta Gabriel Quintão (PDT), que passou a ocupar o cargo de assessor de Gestão, Programas e Metas. A passagem de Márcio Passos pelo governo Marco Antônio Lage foi repleta de polêmicas, sobretudo na relação com a Câmara de Itabira, onde entrou em rota de colisão com ao menos dez vereadores.
A relação “azedou de vez” após os parlamentares não autorizarem a Prefeitura de Itabira a contrair um empréstimo de pouco mais de R$ 70 milhões. Márcio Passos mostrou a sua “ira” com essa votação em uma entrevista concedida ao portal DeFato, quando afirmou que “o governo Marco Antônio Lage não faz acordos e nem negociatas com vereadores”. E não poupou críticas ao Legislativo itabirano.
Em diversos momentos, o presidente da Câmara de Itabira, Weverton Leandro Santos Andrade, o “Vetão” (PSB), cobrou de Márcio Passos uma retratação com a Casa Legislativa (leia aqui, aqui e aqui) — o que nunca chegou a acontecer.
Toda essa situação estremeceu bastante a relação entre Executivo e Legislativo, culminando na aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) com redução do índice de livre remanejamento autorizado ao prefeito Marco Antônio Lage, passando de 25% para 10% em 2022.
Desde então, o governo municipal vem tentando se reaproximar e aparar arestas com a Câmara de Itabira.