Professor da Unifei Itabira é afastado após mais de 10 denúncias de assédio moral contra aluno

Nas redes sociais, vários estudantes afirmaram que a aula do professor é conhecida por ter um clima tenso, com relatos de gritos de palavrões, tapas no quadro e humilhações

Professor da Unifei Itabira é afastado após mais de 10 denúncias de assédio moral contra aluno
Foto: Ascom/Unifei
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A Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) – Campus Itabira afastou preventivamente, nesta terça-feira (17), um professor do instituto de Ciências Tecnológicas, após o mesmo ter sido alvo de mais de 10 denúncias por assédio moral contra um estudante itabirano durante uma aula ministrada pelo docente na última quarta-feira (11).

Inicialmente, o professor será afastado apenas da turma onde ocorreu o caso, mas está sendo levantado pela Reitoria da Unifei se existem casos semelhantes em uma outra turma onde o docente também atua. “Havendo, ele poderá ser afastado de todas atividades docentes durante a investigação”, informou Cleber Gonçalves Jr, secretário de comunicação da Unifei. Nas redes sociais, vários estudantes da instituição de ensino afirmaram que a aula do professor é conhecida por ter um clima tenso, com relatos de gritos de palavrões, tapas no quadro e humilhações. 

Segundo relatos, na data do ocorrido a vítima teria sido insistentemente constrangida pelo professor por não conseguir resolver um exercício no quadro, e devido ao desconforto causado – e a forma hostil que foi tratado pelo homem na frente da turma -, o jovem passou mal e por duas vezes chegou a desmaiar. Estudantes também relataram que o professor seguiu dando a aula normalmente, mesmo após a ida de uma enfermeira no local.

No fim da aula, o professor pediu que todos os alunos saíssem, exceto o aluno que havia desmaiado, com quem ele desejava falar. Em entrevista à DeFato, a vítima relatou que neste momento o professor fez perguntas sem sentido, como por exemplo, se ele fazia uso de álcool ou drogas ilícitas. O docente, segundo o estudante, também afirmava que havia sido ele quem chamou a enfermeira para prestar socorro e no fim da conversa, por repetidas vezes, o homem teria pedido desculpas ao jovem. 

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) de Itabira publicou uma nota de repúdio sobre o caso. Confira:

Reitoria promoveu coletiva de imprensa para tratar o caso

O reitor da Unifei Itabira, Edson Bortoni, junto do vice-reitor, Antônio Carlos Ancelotti Jr, o chefe de gabinete, Paulo Waki, a ouvidora da instituição de ensino, Heloisa Helena dos Santos Amâncio, e o secretário de comunicação, Cleber Gonçalves Jr, promoveram uma coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (17) para tratar sobre o caso. 

Os representantes da Reitoria da Unifei informaram que tomaram conhecimento da denúncia no dia seguinte ao ocorrido (quinta-feira, 12), através de dois estudantes que fazem parte do Diretório Central dos Estudantes (DCE) de Itabira: Márcio Costa e Lethicia de Jesus – que também estiveram na coletiva de imprensa desta terça-feira. Após seguirem os trâmites legais para a oficialização dos fatos, na sexta-feira (13) a denúncia foi recebida na Ouvidoria através da plataforma Fala BR. “Seguindo o procedimento definido pela Política Institucional de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Assédio Sexual e Discriminação da UNIFEI, aprovada recentemente, houve análise de materialidade seguida de célere encaminhamento para a Corregedoria”. De acordo com o reitor Edson Bortoni , também foram disponibilizados os serviços de atendimento psicológico à vítima e apoio administrativo para os procedimentos.

A ouvidora Heloisa Helena informou que após a primeira denúncia formal, outras 10 já teriam chegados ao conhecimento da instituição de ensino, que segue acompanhando o caso.

“Todos os procedimentos legais previstos em normativa estão cuidadosamente sendo seguidos. A Reitoria está prestando todo o apoio necessário para que o caso seja não apenas apurado, mas para que qualquer pessoa que se sinta vítima de assédio seja acolhida. A Reitoria repudia qualquer ato de assédio, falta de urbanidade, abuso de autoridade, discriminação ou outros atos que possam ferir direitos individuais. Casos como esse devem sempre ser denunciados, lembrando que ao denunciante é garantido o sigilo”, se posicionou a Reitoria em nota publicada nas redes sociais.

*** A DeFato segue acompanhando o caso e está apurando mais informações sobre o ocorrido.