R$ 1 bilhão para a água e duplicação de rodovias: confira o que disse Marco Antônio Lage na coletiva de imprensa após vencer as eleições

Com mais de 76% dos votos, o prefeito reeleito falou sobre o planejamento para os próximos quatro anos de mandato

R$ 1 bilhão para a água e duplicação de rodovias: confira o que disse Marco Antônio Lage na coletiva de imprensa após vencer as eleições
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Após a confirmação do resultado oficial das eleições municipais em Itabira, o prefeito reeleito Marco Antônio Lage (PSB) — que obteve 76,13%  dos votos — concedeu uma coletiva de imprensa em seu comitê eleitoral, no bairro Major Lage de Baixo. Ele estava acompanhado do seu vice-prefeito, Marco Antônio Gomes (PRD).

Na conversa com os jornalistas, o chefe do Executivo falou sobre a nova composição da Câmara de Vereadores, a dobradinha com Marco Antônio Gomes e também sobre alguns dos projetos para o segundo mandato, como um investimento de R$ 1 bilhão pela mineradora Vale no sistema de captação e abastecimento de água, a construção de dois novos distritos industriais e a duplicação das MGs 129 e 434, estradas que ligam Itabira ao trevo da BR-381.

Confira a seguir as respostas de Marco Antônio Lage durante a coletiva de imprensa:

O que você atribui a essa reeleição e a esse quantitativo tão grande de votos?

Marco Antônio Lage: Eu acho que é resultado de um trabalho. A eleição, essa eleição histórica em Itabira, eu acho que ela é o resultado de uma eleição, mas é o resultado de quatro anos de trabalho. Não de uma campanha apenas, embora tenha sido uma campanha limpa, uma campanha honesta, uma campanha transparente, envolvendo toda a comunidade e uma campanha de propostas, concretamente propostas para o segundo mandato, mas eu acho que a população respondeu, os eleitores responderam aquilo que eles presenciaram em quatro anos de governo, apesar do primeiro ano de Covid, da pandemia, que foi um ano muito difícil para todos nós, mas o resultado do trabalho que gerou a expectativa do eleitor e que gerou essa resposta do eleitor nessa eleição.

O que você achou da nova composição da Câmara de Vereadores?

Marco Antônio Lage: Acho que excelente. A gente esperava uma grande renovação, de fato. Nós tivemos, dos vereadores, dos candidatos dos partidos que formavam a coligação “Nossa Bandeira é Itabira”, doze foram eleitos, maioria absoluta, três terços.

Era a nossa expectativa, de fato. Eu acho que é muito bom. Eu acho que a Câmara também é uma importante instituição que vai precisar muito de participar e deverá participar como uma instituição legislativa desse novo mandato, dessa nova fase para Itabira, que é um desafio para Itabira, para todos nós.

Temos muito o que fazer. Serão tempos duros, não serão fáceis, porque é um período que Itabira tem que dar, de fato, uma grande guinada rumo à sua autonomia econômica, principalmente consolidar suas políticas sociais.

Qual é a importância do PT retornar à base do seu governo na coligação majoritária depois de 24 anos, depois de várias tentativas para retomar a Prefeitura e a Câmara?

Marco Antônio Lage: Nossa coligação foi formada por cinco partidos, juntando com uma quadra, são cinco partidos mais uma federação, e todos, naturalmente, fazem parte dessa conquista, dessa vitória. Eu acho que todos os partidos têm motivos para celebrar agora, porque eles compuseram uma coligação não só de formação política, mas de concordância de um propósito, de um projeto de governo.

Nosso plano de governo foi compartilhado com todos os partidos. Nós recebemos, inclusive, sugestões de todos os partidos, e nossa composição do plano de governo, nos próximos mandatos, tem a participação de todos os partidos. Então, não só PT, mas todos eles: o PRD, PDT, PSB, Solidariedade, Rede/PSOL, ainda que não tenha feito nenhuma cadeira [na Câmara], e PT, ainda que não tenha feito nenhuma cadeira também.

Vocês tinham algumas pesquisas internas que comprovavam a maioria tão, digamos assim, esmagadora [dos votos]?

Marco Antônio Lage: Tínhamos. Nós tínhamos pesquisas esporádicas que mostravam o crescimento das intenções de voto pelo eleitorado e, sobretudo, o aumento da aprovação. Nossas pesquisas davam conta de 92% de aprovação da população de Itabira com relação ao governo.

Depois, claro, a pesquisa registrada, efetivamente, foi divulgada pela Itatiaia, e nós acreditamos muito. Embora foi uma pesquisa que tentaram desacreditar, mas um veículo de comunicação da importância da Rádio Itatiaia, a gente acreditou, não duvidamos jamais que um veículo de comunicação dessa importância poderia trazer alguma informação, alguma pesquisa que não fosse verdadeira.

Mas faz parte da política e não só se confirmou como superou a pesquisa da Rádio Itatiaia com 76% dos votos válidos, o que foi um resultado histórico para Itabira.

Um primeiro mandato de erros e acertos e agora o segundo mandato. O que o Itabirano pode esperar do governo Marco Antônio no segundo mandato?

Marco Antônio Lage: Olha, nós temos muitos desafios, como eu disse aqui. No primeiro mandato, são dois grandes desafios desde o primeiro mandato, que foi ajustar Itabira, fazer essa transformação, essa reforma social na cidade, reestruturando todo isso que a gente chama de eixo humano em Itabira, educação, saúde, saneamento básico, esporte, assistência social, cultura e a própria agricultura também, que é uma secretaria que estava praticamente fechada.

Então, essa reestruturação foi importante. E, ao mesmo tempo, nós trabalhamos com o aspecto do desenvolvimento econômico, da diversificação econômica, que é um trabalho mais de longo prazo e que, a médio prazo, nós temos que dar resultado, porque a exaustão mineral, ainda que a Vale novamente possa prorrogar esse prazo, Itabira está atrasada com isso.

Nós precisamos avançar nisso de forma muito célere. Então, esse vai ser o maior desafio. É de manter, é trabalhar com o orçamento para que a gente possa manter e ampliar as políticas públicas, sociais, e começar a trabalhar e agora acelerar o projeto da diversificação econômica.

O tema da água, naturalmente, ele é fundamental para os dois até [social e econômico]. Por conta do blackout eleitoral, a Vale não pôde anunciar durante o período eleitoral, mas já está aprovado o projeto pela diretoria, pelo conselho, pela administração da Vale, com mais de um bilhão de reais em investimentos, da transposição das águas do rio Tanque para Itabira e a construção de uma nova estação de tratamento de água no Alto dos Pinheiros, que é um projeto que, efetivamente, é a solução para a falta de água em Itabira e para a reindustrialização de Itabira, que vai precisar de água também.

Só falta a licença ambiental do Governo do Estado. A gente acredita que o Governo do Estado, nós temos o compromisso do Governo de liberar ainda este mês, já deveria ter liberado, mas talvez até o aspecto das eleições pode atrasar um pouco esse processo.

A gente acredita que nas próximas semanas essa liberação possa se dar e a Vale possa anunciar o cronograma definitivo dessas obras. A água é importante para a população, é uma obsessão nossa desde o início do nosso mandato, esse projeto andou no meu governo, como eu já disse durante a campanha, e vai sair e é importante para a população, para tranquilizar a população e para a industrialização.

Para os novos distritos, são dois distritos industriais que estão no nosso planejamento, esses distritos, à medida que a obra do rio Tanque for acontecendo, nós vamos estar também desenvolvendo e construindo esses distritos industriais para coincidir ali ao mesmo tempo, fazendo as conexões, os contatos, e criando o ambiente para que as empresas venham para Itabira, os novos investimentos para a cidade.

Então esse é um grande projeto, além da duplicação das MGs 129 e 434, que é outro dos 61 projetos que nós temos estruturados no programa Itabira Sustentável, eu julgo esses dois projetos os mais importantes do ponto de vista da diversificação econômica, a água e a duplicação da rodovia até o trevo da 381.

Segundo mandato, mantendo o ato do Marco Antônio Gomes. Firme e forte os dois juntos caminhando?

Eu queria falar do doutor Marco Antônio Gomes. Para mim é uma satisfação enorme, eu aprendi, conheci o doutor Marco Antônio na nossa campanha de 2020, percebi o quanto ele era um homem querido, também nunca tinha participado de uma campanha política, de um pleito eleitoral, assim como eu, então éramos ali uma chapa virgem da política.

Aprendi a admirar o doutor Marco Antônio Gomes durante a nossa batalha do primeiro ano com relação a Covid, a pandemia, ele que é médico, então nós íamos juntos para o hospital para tentar salvar vidas naquele momento dramático do primeiro ano de governo.

Passei a admirar ainda mais o doutor Marco Antônio durante os quatro anos de governo, pela sua resiliência, pela sua capacidade de pensamento, e sobretudo pela sua crença inabalável no nosso propósito de que todos os itabiranos, cada um cidadão de Itabira, precisava de ter justiça social, e esse propósito talvez foi o que mais nos uniu, apesar de diferenças ideológicas, algumas  diferenças de pensamento político.

Mas o que mais nos uniu é o propósito, esse propósito e a crença dele do nosso projeto inabalável de que nós tínhamos que trabalhar juntos pela igualdade, pela cidade mais humana, uma cidade mais igualitária, mais solidária, mais inclusiva, então isso tudo nos uniu ainda mais. Nos transformamos amigos e é por isso que apesar de tanta crueldade, de maldade às vezes que a política impõe, no universo da política isso traz muito isso, para nos separar, para nos dividir, até para que ele não fosse candidato a vice-prefeito, mas ele se manteve firme, e nós vamos cumprir o próximo mandato juntos, se Deus quiser, e cada um fortalecendo o outro nessa jornada.

Notamos que, na reta final, o senhor começou muito a trabalhar os nomes dos vereadores. O senhor continuou fazendo sua campanha para prefeito, mas começou a bater muito forte no voto válido para os candidatos que estavam do seu lado. E me parece que esse discurso deu resultado. Isso veio de encontros, pesquisas internas e também a necessidade de se ter uma maioria na Câmara?

Sim, claro. As pesquisas davam conta de que a nossa vantagem com relação aos demais candidatos se alargava e, a partir desse momento, nós começamos a dedicar um pouco mais de tempo para a eleição dos vereadores, da proporcional. Era importante. Todos viram uma Câmara contrária, como foi durante esse período, esses quatro anos. Ela atrasa o processo. Itabira não pode perder tempo. Nós temos urgência em aprovar projetos, em avançar com os nossos projetos.

Nós precisamos dar celeridade. Quando a gente fala 40 em 4, é isso mesmo que nós precisamos, porque Itabira perdeu muito tempo em não planejar e não executar programas, sobretudo de diversificação econômica. E eu falo de diversificação econômica, mas a base precisa ser feita.

É aquilo que eu falo sempre. Não existe desenvolvimento econômico sem desenvolvimento social. Então, nós precisávamos cobrir, e até isso foi difícil nesse mandato com relação à Câmara. Nós tivemos duas grandes dificuldades, que foi a pandemia no primeiro ano e que foi uma Câmara contrária.

E nós precisávamos, por Itabira, eleger uma maioria para que a gente pudesse ter uma sintonia e não subserviência. É muito claro isso. Até porque nossas propostas e nossos projetos sempre são muito transparentes e nós estamos prontos a debater todos eles com a Câmara.

Mas não ter um ambiente político de travar o governo, que é uma prerrogativa, às vezes, de uma Câmara contrária, de travar o governo. E esse ambiente é muito ruim para a cidade. Travar o governo, não deixar o governo andar por uma opção política. E isso, naturalmente, você trava a cidade. É pior para a cidade. É pior para o projeto, sobretudo uma cidade como Itabira, que tem urgência. Então, nós realmente, em função das pesquisas, nós vimos que a gente precisava de continuar trabalhando na campanha, mas, como a diferença se alargava com relação ao segundo candidato, a gente se colocou, se dedicou um pouco mais também à campanha proporcional para trazer vereadores e para a gente realmente fazer uma Câmara mais participativa.