Recepcionistas terceirizadas permanecerão na Câmara de Itabira mesmo após concurso

Ministério Público recomendou que um quantitativo mínimo de 50% dos cargos hoje em comissão sejam preenchidos por efetivos de carreira

Recepcionistas terceirizadas permanecerão na Câmara de Itabira mesmo após concurso
Sugestão de emenda de Heraldo Noronha causou debate na reunião. Foto: Thamires Lopes/DeFato
O conteúdo continua após o anúncio


Dezenove recepcionistas terceirizadas estão sendo contratadas pela Câmara de Itabira pelo custo de quase R$ 700 mil. As contratações são justificadas pela exoneração das secretárias que trabalham em cada um dos 17 gabinetes dos vereadores – o que acontece após recomendação do Ministério Público. As recepcionistas ocuparão estes cargos e outros dois postos de trabalho no Centro de Atendimento ao Cidadão. De acordo com presidente do Legislativo, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB), as novas contratações terceirizadas permanecerão mesmo após a realização do concurso.

“O concurso não será realizado para recepcionista. O concurso será para preenchimento de outros cargos que foram extintos”, comentou Heraldo Noronha. 

O Termo de Ajustamento de Conduta imposto pelo MP recomenda a exoneração de 48 cargos comissionados: superintendente de Relações Institucionais, superintendente de Processos Legislativos, assessor Parlamentar (17), gerente de Benefícios de Controle e Frequência, gerente de Arquivo, gerente de Contas a pagar, gerente de Documentos e Cadastros, gerente de Apoio e Tecnologia, gerente de Editais e Elaboração de Contratos, gerente de Projetos da Escola do Legislativo, gerente de Protocolo e Atendimento, gerente de Técnicas Legislativas, secretário da Escola do Legislativo, e secretária de Gabinete Parlamentar (17). 

Dois cargos deixam de ser comissionados e passam a ser efetivos, segundo o Legislativo. São eles: Ouvidor e Controlador Interno. O prazo para que os cortes sejam feitos expira no próximo dia 1º de março. Para isso, em dezembro, os vereadores aprovaram o projeto de lei que altera o Plano de Cargos, Carreira, Vencimentos dos Servidores Públicos o Legislativo.

O proposto pelo MP é que um quantitativo mínimo de cargos em comissão sejam preenchidos por efetivos de carreira. No mínimo 50% dos cargos comissionados devem ser providos por servidores efetivos. Para isso, o concurso público é recomendado. Contudo, ainda não há uma data prevista para realização do certame. 

“Se a gente coloca 17 secretárias no concurso público e amanhã acontece de ter 11 vereadores. Onde vamos colocar essas seis secretárias que fizeram o concurso público? Então, fica mais difícil para a gente dispensar pessoas que fizeram concurso público. Várias vezes foi discutido essa proposta, uma hora passa. Fazer o concurso, efetivar a pessoa e depois demitir não é fácil”, justificou o presidente da Câmara de Itabira.

Redução rejeitada

A proposta mensionada pelo presidente do Legislativo foi colocada em votação pela última vez em abril de 2019. A matéria inicial passava de 17 para 11 a quantidade de vereadores em Itabira, mas ganhou emenda do próprio autor, vereador Neidson Dias Freitas (PP), alterando o número para 15 vereadores. Tanto a emenda quanto o texto original foram rejeitados.

A votação foi apertada e o desempate coube justamente ao presidente da Câmara, Heraldo Noronha, que votou contrário à redução.