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Rio de Janeiro: anestesista colombiano preso guardava imagens de estupro de bebês, diz Polícia Civil

Rio de Janeiro: anestesista colombiano preso guardava imagens de estupro de bebês, diz Polícia Civil

Foto: Reprodução/TV Globo

Indiciado pela Polícia Civil nesta segunda-feira (23) por estupro de vulnerável, o médico anestesista colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo, de 32 anos, foi inicialmente investigado por produzir e armazenar pornografia infantil. A investigação começou a ser feita pelo Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi), da Polícia Federal. Após constatar que Carrillo trabalhava no Rio de Janeiro, o órgão pediu o apoio da Polícia Civil fluminense.

Com o auxílio do setor de Inteligência do 2º Departamento de Polícia de Área (DPA) da Polícia Civil do Rio, há cerca de um mês os investigadores descobriram, em equipamentos eletrônicos do médico, mais de 20 mil arquivos com imagens de abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes. As imagens, chocantes, incluem abusos sexuais contra bebês, segundo policiais com acesso às investigações.

Entre os vídeos, os agentes também encontraram provas dos estupros a duas pacientes, que de acordo com policiais foram confessados pelo médico. Segundo a Polícia Civil do Rio, Carrillo tinha o hábito de filmar os estupros e guardar as imagens. Os investigadores conseguiram identificar as unidades de saúde nas quais os crimes ocorreram e as vítimas dos abusos.

O médico tinha autorização para trabalhar no Brasil e atuava em hospitais da rede pública e privada. Ao ser preso, no dia 16, ele foi levado para a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav). A especializada deu sequência ao inquérito concluído nesta segunda-feira.

Inquéritos

Investigado inicialmente sob acusação de produzir e armazenar vídeos e fotos de pornografia infantil, em depoimento à polícia ele admitiu ter praticado dois estupros de pacientes, segundo a Polícia Civil. Um aconteceu no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, que é da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Outro ocorreu no Hospital Estadual dos Lagos, em Saquarema, na Região dos Lagos.

Foram instaurados dois inquéritos — um para cada acusação. A investigação encerrada nesta segunda-feira refere-se ao hospital da UFRJ. A outra apuração está em andamento. Um terceiro procedimento investiga o médico por suposta exploração sexual infantil.

O inquérito concluído pela DCAV será encaminhado ao Ministério Público do Rio (MP-RJ), que vai decidir se denuncia o médico, arquiva o caso ou pede mais investigações. Se for processado e considerado culpado, o médico pode ser punido por esse crime com até 15 anos de prisão

Estupro

O suposto crime no hospital da UFRJ aconteceu em 5 de fevereiro de 2021. Carrillo estava terminando um curso de especialização em anestesia e foi escalado para atuar durante uma cirurgia como estagiário — ele não tinha autorização para trabalhar como médico.

O colombiano participou da cirurgia de uma mulher de 55 anos que precisou retirar o útero. A família da vítima estranhou a demora para que a anestesia perdesse seu efeito.

* Com Estadão Conteúdo.

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