Sindicalista teme atrasos nas obras de captação de água no Rio Tanque e comenta sobre nova pilha de rejeitos em Itabira

André Viana também disse que é necessário que a Vale ofereça um projeto para eliminar os diques e barragens instalados na cidade

Sindicalista teme atrasos nas obras de captação de água no Rio Tanque e comenta sobre nova pilha de rejeitos em Itabira
Foto: Guilherme Guerra/DeFato.
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O presidente do Sindicato Metabase de Itabira e Região e representante dos empregados no conselho de administração da Vale, André Viana, não escondeu seu receio de que as obras de captação e tratamento das águas do rio Tanque possam ser atrasadas ou até mesmo não concluídas. A declaração foi dada ontem (20), durante entrevista concedida à imprensa, na cerimônia que marcou o início das obras do Projeto Rio Tanque. 

“Eu celebro, mas eu celebro atento. O meu discurso não é pessimista. O meu discurso é realista, de um itabirano que sabe que precisa de uma fiscalização constante para que nós não caiamos em atrasos ou em não conclusão de obras que são prometidas”, afirmou.

A declaração relembrou que o Projeto Rio Tanque é fruto de uma condicionante estabelecida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), firmada em 18 de maio de 2000, quando o órgão concedeu a Licença de Operação Corretiva (LOC) do Complexo Minerador de Itabira para a antiga Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale S.A.

André Viana também disse que é necessário que a Vale ofereça um projeto para eliminar os diques e barragens instalados na cidade, reaproveitando o rejeito deixado, trazendo uma “economia sustentável para o município” e eliminando os riscos oferecidos pelas estruturas. Pouco antes, ele também já havia dito que a Vale precisa cumprir o seu papel social e ter mais respeito às comunidades atingidas, em especial aquelas que são diretamente afetadas pelas barragens e pilhas de rejeito e estéril que já existem e que também estão sendo implantadas na cidade.

Nesta sexta-feira (21), tramitará no Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) de Itabira o pedido de anuência da mineradora Vale para ampliar as cavas de Conceição e Minas do Meio, além de implantar duas estruturas para a disposição de estéreis e rejeitos de minério de ferro. Porém, a empresa não oferece nenhuma contrapartida direta para o município — ao invés disso, propõe compensações em outras cidades.

“Estamos num mês crucial de discussão no Codema, nosso importante Codema, de uma nova deposição de rejeito em Itabira. É mais uma oportunidade de nascer uma relação madura, com contrapartidas claras para uma cidade que não tem muito o que esperar”.