Soldados da ONU morrem em ataque de drone, no Sudão, Guterres denuncia

Ataques da última semana ceifaram vidas civis e militares, aumentando a tensão no país africano

Soldados da ONU morrem em ataque de drone, no Sudão, Guterres denuncia
Foto: Reprodução/ONU

Um ataque de drone atingiu uma instalação da Organização das Nações Unidas, a ONU, no Sudão, neste sábado (13). Um total de seis soldados da paz, a serviço da entidade, morreram. Trata-se de mais um ataque fatal a atingir o país que está em grave conflito desde abril de 2023, forçando 12 milhões de pessoas à condição de refugiadas.

O ataque em questão ocorreu em Kadugli, cidade na região de Kordofan onde está presente uma base logística para “manutenção da paz”, sob o comando das Nações Unidas. Todas as vítimas são soldados de Bangladesh a serviço da Força de Segurança Provisória das Nações Unidas para Abyei (Unisfa). Além dos seis mortos, porém, outros dois homens se feriram.

“Atacar soldados da paz das Nações Unidas pode constituir crimes de guerra sob a lei internacional”, afirmou Guterres. O secretário-geral pediu pela responsabilização dos responsáveis pelo ataque “injustificável”.

O exército sudanês, no entanto, culpou as Forças de Suporte Rápido, um grupo paramilitar que está em guerra com o exército pelo controle do país há mais de dois anos. O ataque “revela claramente a abordagem subversiva da milícia rebelde e daqueles por trás dela”, disse o exército em um comunicado.

Crise se intensifica no país

O secretário-geral já havia se manifestado a respeito do Sudão na sexta-feira (12). Na ocasião, declarou-se “profundamente preocupado” com os relatórios que informaram a morte de ao menos 30 civis em outro ataque a drones que incidiu sobre a região sul do estado de Darfur, no último dia 8 de dezembro. Este ataque ocorreu a cerca de 150 km ao sudeste da capital sudanesa, Nyala.

Os dois casos evidenciam, portanto, a escalada do conflito, que toma as regiões de Darfur e Kordofan, com alta índice de utilização de drones. No mesmo dia, a ONU também relatou outro ataque na cidade de Kutum. Às vésperas do triste marco de mil dias de conflito, Guterres pede às facções protagonistas que aceitem as negociações de cessar-fogo. Além disso, ele reitera o seu chamado às nações que exercem influência na região para que ajam em favor da paz. Guterres pede, portanto, que impeçam a entrada de armamentos no país africano, que não é produtor bélico.

Com informações das agências Estadão Conteúdo e UN News.