Solidariedade: itabirana consegue comprar medicamento por meio de vaquinha

O medicamento ajuda na redução do risco da evolução da doença

Solidariedade: itabirana consegue comprar medicamento por meio de vaquinha
Foto: arquivo pessoal
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A itabirana Cássia Augusta Silva Costa, de 39 anos, conquistou o carinho e a solidariedade das pessoas, que a ajudaram em seu tratamento contra o câncer e sua luta para sobreviver. Ela precisava fazer uso do medicamento Niraparibe, um inibidor de PARP (Poly ADP-Ribose Polymerase), utilizado nos tratamentos de manutenção do câncer. Além disso, ele reduz o risco de progressão da doença.

Infelizmente, devido ao preço muitas pessoas não conseguem adquiri-lo. Ele custa, em média, R$ 23 mil. Para conseguir comprá-lo, Cássia recorreu a uma campanha de arrecadação coletiva, por meio de uma vaquinha on-line. “Como os valores são altos, entrei na justiça pedindo ao Estado para fornecer, mas não obtive resposta. Apesar de liberado pela Anvisa, o medicamento não consta no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS). Eu estava chegando no limite do prazo para fazer uso do remédio. Meu tempo estava acabando”, desabafou.

Assim, Cássia iniciou a campanha de arrecadação em suas redes sociais em março deste ano. Logo depois, o grupo DeFato publicou uma matéria sobre a campanha e contando sua história de vida. Felizmente, após dois dias de divulgação, ela conseguiu atingir sua meta.

“Alcançamos o valor solicitado na vaquinha! Eu falo que alcançamos, porque sem a contribuição de todos eu e minha família não conseguiríamos esse valor!”, comentou emocionada.

Entenda o caso

A batalha de Cássia contra o câncer começou em 2016, quando descobriu um nódulo no seio direito, durante o banho. “Não me preocupei porque não havia histórico de câncer de mama na família. Eu estava para fazer 34 anos e pensava que o risco era só após os 40. Além disso, sempre fui uma pessoa com hábitos saudáveis, me alimentando muito bem, sem beber ou fumar. Não imaginava! Para mim era um cisto ou uma inflamação. Realmente não desconfiei”, relembra.

Então, após todos os exames realizados veio a triste confirmação da notícia: Cássia estava com câncer de mama. “Ao receber o diagnóstico eu fiquei completamente sem reação. Minha prima quem foi pegar o resultado comigo. Eu olhava para ela e ela estava chorando. É como se eu estivesse fora de órbita. Logo depois, caiu a ficha”, disse.

Mesmo com o primeiro choque, Cássia conseguiu se manter otimista. “Tive uma rede de apoio muito boa, tanto do pessoal do Centro Viva Vida quanto da minha família e amigos. Eu recebi o diagnóstico no dia 5 de setembro de 2016. Fui para Belo Horizonte e, no dia 26, já estava fazendo minha primeira quimioterapia. Ao longo de um ano, eu finalizei o ciclo de tratamento”, relata.

Depois desse período conturbado, os exames mostraram que estava tudo bem, não foram encontradas células cancerígenas no resultado da biópsia. Ela deveria fazer apenas controles rotineiros.

Segundo diagnóstico

A vida seguia bem, até que em julho de 2021, ao fazer o exame de rotina das mamas, o médico identificou pequenas calcificações no seio de Cássia. Coincidentemente, na mesma semana, ela começou a sentir dores abdominais e buscou ajuda. O primeiro diagnóstico foi de apendicite, um alarme falso. Após a realização de vários exames, a notícia veio: dessa vez, o câncer era no ovário.

“Foi uma situação totalmente diferente da primeira. Eu tive uma decepção. Onde eu errei? Eu fiquei um pouco decepcionada com Deus. Estava um pouco revoltada. Tive que iniciar o tratamento pela segunda vez. Bateu uma tristeza! Passar por tudo de novo era muito ruim. O cabelo ia cair, ia perder as sobrancelhas, os cílios e sabia exatamente como as coisas iriam acontecer. Além disso, não poderia ter filhos biológicos. Tinha se passado apenas cinco anos que fui diagnosticada com câncer pela primeira vez”, relembra.

Cássia Augusta Silva Costa já enfrentou o câncer duas vezes. Foto: arquivo pessoal

Após finalizar o novo ciclo de tratamento com quimioterapia, a médica que a acompanhava decidiu investigar o motivo da reincidência do câncer. Durante os exames, ela recebeu um novo diagnóstico: é portadora de uma mutação genética que a predispõe a desenvolver a doença. E o único medicamento capaz de ajudar no tratamento seria o Niraparibe.

Agora, com o medicamento em mãos, a itabirana se dedica às novas fases do tratamento. Ela destaca que a ajuda que recebeu deu força para seguir na batalha por sua saúde. “No momento em que eu precisei, diversas pessoas abraçaram a minha campanha. E foram muito além desses atos, me ajudaram com palavras de apoio e amor, orações e energia positiva. A sensação de ter muita gente torcendo por mim também é um remédio poderoso!”, agradece emocionada.

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