Trabalho no Corinthians elucidaria qual o real estágio da carreira de Renato Gaúcho

Conforto adquirido nos anos à frente do Grêmio daria lugar a um grande desafio

Trabalho no Corinthians elucidaria qual o real estágio da carreira de Renato Gaúcho
Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. Brasil. Belo Horizonte – MG.

Sem clube desde o dia 15 de abril de 2021, quando pediu demissão do Grêmio, Renato Portaluppi, o popular Renato Gaúcho, parece cada vez mais próximo do Corinthians. A possível chegada do treinador ao clube paulista, além de representar um passo atrás na carreira, nos traria respostas sobre o atual estágio da carreira do técnico.

Pode soar injusto fazer uma ilação como essa após uma passagem tão vitoriosa pelo time em que se consagrou dentro e fora de campo. No Grêmio, Renato Gaúcho conquistou a Copa do Brasil, Libertadores, Recopa Sul-Americana e impôs uma enorme freguesia sobre o Internacional.

No entanto, os dois últimos anos, pelo menos, vinham sendo bem ruins. As campanhas razoáveis no Brasileirão e a chegada em fases decisivas nas copas nacionais e continentais poderiam dar a impressão de que o trabalho era bom, mas quem acompanhava o Tricolor Gaúcho regularmente sabia que o futebol do time só piorava.

Aquela equipe que se consagrou no cenário sul-americano com um futebol bonito e envolvente foi dando lugar a um time pragmático, bagunçado e absurdamente fragilizado quando encarava equipes minimamente organizadas. Além do mais, a recuperação de atletas medianos/em baixa, outro grande trunfo de Renato Gaúcho, vinha se mostrando cada vez menos eficaz.

Tudo o que foi exposto acima coincide com o momento em que Portaluppi passou a assinar mais o seu trabalho. Quando retornou ao Grêmio, em 2016, o ídolo da torcida gremista se deparou com um bom time que precisava de pequenos ajustes. O principal deles era a bola aérea, que comprometeu bastante o trabalho anterior, conduzido por Roger Machado.

Nesta missão, ele foi impecável. Soube corrigir o problema e, com a habilidade que lhe é peculiar, mobilizou o grupo ao seu redor. Nos quatro anos da sua segunda passagem como treinador do Grêmio, o técnico sempre controlou o elenco que tinha em mãos. Mas o campo começou a falar mais alto. As fragilidades coletivas vinham ficando cada vez mais expostas e boa parte dos gremistas, que sempre estiveram ao seu lado, pararam de o apoiar.

Tamanha queda de produção repentina criou o questionamento: qual o real peso de Renato Gaúcho naquele Grêmio campeão da Libertadores e da Copa do Brasil? Quais ideias do treinador foram aplicadas no time que encantou o país durante um bom tempo?

A resposta virá em suas próximas experiências. Quando assumir o Corinthians ou outro clube, Portaluppi nos dirá se realmente mudou sua mentalidade ou continua preferindo a praia à prancheta.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

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