Gerente da Vale defende alteamento da barragem de Itabiruçu como vital para produção em Itabira

Segundo Rodrigo Chaves, produção de minério nas minas itabiranas cairia pela metade caso barragem não tenha capacidade ampliada

Gerente da Vale defende alteamento da barragem de Itabiruçu como vital para produção em Itabira
Gerente-geral da Vale em Itabira, Rodrigo Chaves, conversou com vereadores de Itabira – Tatiana Santos/DeFato
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Representantes da Vale se reuniram com vereadores de Itabira na manhã desta quarta-feira, 25 de abril, para, entre outros assuntos, esclarecerem dúvidas sobre a Licença de Operação (LO) para funcionamento da Barragem do Itabiruçu a 833 metros. Com o aumento da cota, haverá a possibilidade de aumentar a área útil de disposição de rejeito para atender à demanda da mina de Conceição, além de garantir a segurança operacional da barragem, mantendo uma borda livre suficiente para amortecimento de eventos climáticos mais incisivos. Segundo o gerente-geral das minas de Itabira, Rodrigo Chaves, a produção da cidade cairia pela metade caso a estrutura não aumente de tamanho. 

A estrutura já opera próximo ao limite da capacidade, com uma Autorização Provisória de Operação (APO), fornecida em maio de 2015. O processo definitivo tramita nos órgãos estaduais desde agosto de 2013 e em janeiro de 2018 chegou ao Copam. Na próxima sexta-feira, 27, será julgado o processo que autorizará ou não o funcionamento na altura máxima da barragem. Será a segunda vez que o processo vai a votação. Na primeira, em março, houve pedido de vista.

Além de buscar a LO para a altura já estabelecida, a Vale busca junto ao Copam a obtenção das licenças prévia, de instalação e operação para um novo alteamento de Itabiruçu, a 850 metros. O gerente-geral da Vale Rodrigo Chaves, comentou que desde a concepção do projeto da barragem, já estava previsto chegar a essa altura. “Você não constrói uma casa e depois transforma em um prédio, senão a base não aguenta. Quando a gente determina um projeto de uma barragem, se constrói uma base para sustentar uma barragem em sua altura máxima”, argumentou

Segundo explicou, aumentar a barragem paulatinamente, ao invés de já construir a estrutura de uma vez só em seu limite final, é motivado por dois fatores: o primeiro é que seria necessário criar forma lateral para reaproveitar o local, o que demandaria muito tempo; o segundo é a economia: “Para quê eu iria construir uma barragem que eu só vou usar daqui a 10 anos?”.

Gerente-geral da Vale, Rodrigo Chaves (Foto: Tatiana Santos/DeFato)

Vida útil

O engenheiro geotécnico da Vale, Quintiliano Guerra, esclareceu que a vida útil da barragem do Itabiruçu pode alternar, baseado em estudos realizados pela mineradora de alternativas para redução do volume de rejeitos, modificação da forma da disposição desses materiais e, ainda, o manejo dos rejeitos entre as barragens de Conceição, Rio de Peixe e Itabiruçu. Segundo ele, os estudos buscam prolongar e aproveitar o máximo possível para reduzir o impacto ambiental em outras áreas. “É complicado a gente colocar uma data hoje, pois a gente tem muito trabalho em desenvolvimento”, se esquivou.

Rodrigo Chaves, no entanto, adiantou que o nível de 833 metros permitirá que a barragem funcione até 2025, e o de 850 metros, até 2030. E foi além: “Se a gente não licenciar o de 850 até 2021, nós paralisamos metade das atividades de Itabira. Isso é fato”, decretou.

Quintiliano Guerra, engenheiro da Vale (Foto: Tatiana Santos/DeFato)

Impactos

Dentre os impactos econômicos e sociais citados por Rodrigo Chaves que seriam gerados pelo não-alteamento da barragem, entre 2018 a 2020, estariam a redução de produção de R$ 29 milhões de toneladas de minério a cada ano, o impacto em 4114 empregos, a queda de R$ 544 milhões em salários pagos por ano, além de R$ 1,689 milhões em impostos que não seriam recolhidos.

O gerente-geral afirmou que todo o procedimento de alteamento será feito com extrema segurança. Ao final da reunião, ele avaliou o encontro como de efeito positivo e se declarou à disposição para continuar as discussões junto às comunidades. Também esteve no encontro o especialista em Licenciamento Ambiental, Túlio Praes.

Vereadores participaram do encontro (Foto: Tatiana Santos/DeFato)
Da área ambiental da Vale, Túlio Praes (Foto: Tatiana Santos/DeFato)