Vereadora apresenta indicação, pedindo estudo técnico sobre impacto tarifário da energia na transposição do Rio Tanque
Presidente do SAAE afirmou que ainda projeta o custo real da operação e avalia alternativas para evitar repasse do gasto de energia ao consumidor
A vereadora Jordana Madeira (PDT) apresentou uma indicação ao Executivo, durante a reunião ordinária desta terça-feira (9), solicitando um estudo técnico e econômico sobre o consumo de energia elétrica necessário para o funcionamento do sistema de transposição do Rio Tanque em Itabira e sobre a viabilidade de fontes alternativas, como a energia fotovoltaica.
A iniciativa surgiu após a prestação de contas do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), no dia 24 de novembro, quando o diretor-presidente da autarquia, Valdeci Fernandes, foi questionado pelos vereadores sobre o impacto energético da nova captação. Em resposta às perguntas, ele detalhou que o SAAE ainda elabora projeções e avalia cenários para entender o custo real que o município terá.
Durante a reunião, o presidente explicou que parte do consumo atual poderá ser compensada pela nova dinâmica de distribuição. “Estamos fazendo esse estudo. Na Pureza, gastamos muito com energia. Chegamos a gastar cerca de R$ 500 mil por mês. Com a captação do Rio Tanque, algumas elevatórias serão desligadas porque parte da água vem por gravidade”, afirmou.
Ele também esclareceu que a capacidade total do sistema é de 600 litros por segundo, mas que, inicialmente, Itabira só terá condições de receber cerca de 400 litros por segundo, o que reduz o número de motores em funcionamento. O diretor ainda destacou que o SAAE está avaliando propostas de empresas que oferecem soluções de eficiência energética, buscando reduzir a despesa operacional quando o sistema entrar em funcionamento.
Indicação veio após debate levantado pelos vereadores
Após ouvir as explicações da autarquia, Jordana Madeira decidiu formalizar a preocupação com o impacto tarifário. Segundo ela, mesmo com as estimativas apresentadas pelo SAAE, é necessário um estudo mais detalhado e oficial por parte do Executivo. “Hoje o SAAE gasta R$ 16 mil por dia para bombear água. Na nova captação, isso pode chegar a R$ 70 mil. É um custo que provavelmente vai ser repassado ao consumidor final. Por isso pedimos que o governo avalie alternativas, como a energia solar, que pode tornar o sistema mais barato”, afirmou.
A vereadora também defendeu que a Vale, responsável pela execução e operação inicial da captação, apresente contrapartidas claras. “A tarifa pode subir muito. Precisamos alinhar isso agora para que o impacto não recaia sobre a população.”