Vereadores comentam prisão de Agnaldo Enfermeiro após oito meses foragido

Agnaldo Enfermeiro é investigado pela prática do crime de “rachadinha” e é suspeito de ter coagido testemunhas no decorrer das investigações. Ele também responde processo por assédio sexual

Vereadores comentam prisão de Agnaldo Enfermeiro após oito meses foragido
Agnaldo foi eleito com 758 votos – Foto: Thamires Lopes/DeFato
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O dia 5 de março de 2020 ficará marcado na história da política itabirana. Após oito meses foragido, Agnaldo Vieira Gomes “Enfermeiro”, foi preso pela Polícia Militar em um restaurante no bairro Chapada. Após prestar depoimentos no Fórum e na Polícia Civil, ele foi encaminhado para o presídio. Essa foi a segunda prisão de um vereador de Itabira em menos de um ano. A situação foi comentada por alguns parlamentares, em entrevista à DeFato.

“Isso nunca aconteceu na Câmara. A gente fica muito chateado pela situação ocorrida. O mandato foi bem difícil com problemas dessa natureza. Mas os vereadores que estão aqui têm seguido a vida normal, trabalhando, respeitando o eleitor e as questões jurídicas. A gente tem que seguir a vida. A gente não pode pegar o erro de alguns e transformar em um erro da Casa inteira”, comentou Rodrigo Alexandre Assis Silva “Diguerê” (PRTB). 

Ele lembrou que na época que o escândalo da rachadinha estourou, as medidas cabíveis foram tomadas pelo Legislativo. Agnaldo Enfermeiro foi afastado do cargo e seu suplente, Luciano Sobrinho tomou posse em seu lugar no dia 8 de agosto do ano passado.

“Se ele conseguir provar a inocência, que ele seja inocentado. Se ele não conseguir, que ele seja punido pelos erros cometidos porque ninguém está acima da Justiça. É um pouco complicado dar opinião sobre o fato sem ter conhecimento amplo do que está acontecendo para os autos”, completou Diguerê. 

Para Carlos Henrique Silva Filho “Carlin Sacolão” (PTN), a prisão do colega já era algo esperado. Ele lamentou a situação e lembrou que o processo segue em segredo de Justiça. Carlin Filho comentou ainda sobre o desgaste que essa situação causa para os legisladores e para a Câmara.

“É mais um episódio lamentável para o município.É um desgaste sim, para a instituição, esses episódios, mas não individualmente. Eu sempre preguei que cada um aqui tem um tipo de trabalho em determinada área e isso não atrapalha a gente. É um episódio lamentável, desgastante. Mas serve também de lição para que nós como eleitores, cidadãos, a gente tenha mais critério na hora de fazer a escolha do representante”, ponderou.

André Viana Madeira (Podemos), por sua vez, entende que Agnaldo Enfermeiro não possui mais pendências na Câmara, uma vez que o mandato foi suspenso e o suplente convocado.  Para ele, o Legislativo deve agora aguardar uma comunicação oficial vinda do Poder Judiciário sobre “os fatos e efeitos”.  

“Agnaldo estava foragido e foi capturado. O vereador afastado agora vai responder à questões judiciais, pois falta uma sentença. Diferente do outro vereador que já teve uma sentença em primeira instância. Então, ele está entregue nas mãos da Justiça”, comentou.

Na visão de André Viana, esse caso traz impactos tanto positivos, quanto negativos. Positivos porque, segundo ele, se houve erro, Agnaldo Vieira está sendo punido exemplarmente. O impacto negativo, para ele, é que uma pessoa ou outra pode confundir a ação do vereador afastado com todos os demais. 

“Cada vereador tem seu exercício, presta contas de seu trabalho. Então, é preciso diferenciar os dedos das mãos. O que ainda não foi feito, mas que tem tempo, é a análise da Comissão de Ética que pode culminar com sanção, cassação de mandato, suspensão prolongada e outros assuntos”, concluiu André Viana.