Parcerias: o caminho para uma Itabira sem minério e com prosperidade
A mineradora Vale confirmou que as minas itabiranas chegarão à exaustão em 2028. Depois disso, ainda que a empresa sinalize que manterá suas atividades em Itabira por conta da estrutura de beneficiamento de minério que poderá atender outras unidades, extração não mais haverá
Esta edição do “DeFato Cidades Mineradoras” escolheu como tema de profundidade um assunto bastante atual: a força das parcerias entre o setor público e a iniciativa privada para alavancar projetos de grande impacto. E, dentre estes projetos, dois em especial mereceram uma abordagem mais detalhada: a expansão e consolidação do campus Itabira da Unifei (Universidade Federal de Itajubá) e os investimentos que serão feitos na captação e tratamento das águas do rio Tanque como forma de assegurar, pelo menos para os próximos 30 anos, o abastecimento hídrico residencial, comercial e industrial para Itabira. Ambos os projetos, apesar de bastantes distintos entre si, têm uma confluência que os aproxima: a construção de uma alternativa econômica capaz de sustentar uma Itabira sem minério.
É algo urgente até.
Como já fartamente divulgado, a mineradora Vale confirmou que as minas itabiranas chegarão à exaustão em 2028. Depois disso, ainda que a empresa sinalize que manterá suas atividades em Itabira por conta da estrutura de beneficiamento de minério que poderá atender outras unidades, extração não mais haverá.
Isso significa que os empregos hoje mantidos pela mineradora serão reduzidos. Que a prestação de serviços sofrerá cortes, afetando os contratos com terceirizados. E o principal: que o repasse de royaltie, hoje traduzido no montante recebido pelo município na forma de Cfem (Compensação Financeira pela Exploração Mineral), chegará ao fim.
Na atualidade, a Cfem é aprincipal receita do município, à frente de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e de todos os outros tributos e contribuições. Então, para que Itabira possa projetar um futuro de prosperidade no curto prazo de uma década, com as minas da Vale já desativadas, os melhores e mais seguros caminhos que se desenham passam por estas duas frentes:
– a garantia de abastecimento de água para que empresas se instalem na cidade; e
– a implantação dos projetos e alavancagem representados na expansão da Unifei, na implantação do polo científico e tecnológico e na construção do aeroporto industrial.
São soluções que a cidade já se vê envolvida em viabilizá-las e que, pela relevância inquestionável, mereceram deste “DeFato Cidades Mineradoras” este amplo e justificado destaque.