Fechamento de maternidade: Unimed diz que reajuste solicitado é inviável

Uma nova reunião foi agendada para a próxima semana e envolverá a Secretaria Municipal de Saúde

Fechamento de maternidade: Unimed diz que reajuste solicitado é inviável
Foto: Wesley Rodrigues/DeFato
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Manter a maternidade do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), a única de Itabira voltada aos convênios médicos, se revela um desafio para os envolvidos. O hospital pede aos planos um reajuste dos valores que eles repassam para a realização dos partos. Mas, não há um consenso até o momento. A Unimed Itabira, uma das operadoras com mais clientes na cidade (20.000), diz que o reajuste pedido pelo HNSD é bastante alto: próximo de 80%.

“O HNSD solicitou um reajuste de quase 80% no valor do pacote de parto que pagamos atualmente. Quando um cliente nosso opta por realizar o parto em Belo Horizonte, por questões de segurança (UTI neonatal) ou de hotelaria hospitalar, pagamos um pacote de parto menor que o cobrado atualmente pelo HNSD”, narra o diretor presidente da cooperativa de saúde, Virgilino Quintão Torres Cruz.

O médico disse que o reajuste é inviável, mas que as tratativas continuam para que uma solução seja costurada. “O valor atual já está acima da média praticada por outros hospitais da nossa rede credenciada. Nos colocamos à disposição da entidade [HNSD] para discutir a questão e contribuir na solução desse déficit dividindo o ônus proporcionalmente com todas as partes envolvidas”, continuou.

Segundo o HNSD, foi agendada uma reunião para 26 de fevereiro, sexta-feira, entre representantes dos planos de saúde e a instituição. A agenda será intermediada pela secretária municipal de saúde, Eliana Maria Torres Horta Guerra Lage.

Entenda

A maternidade do HNSD realiza uma média de 40 partos por mês. Segundo o hospital, o setor se tornou insustentável por seu custeio. O número de partos é baixo para manter equipe e estrutura disponíveis – informações do HNSD indicam um déficit mensal de aproximadamente R$ 90 mil.

A situação começou com a reestruturação da saúde materno-infantil em Itabira, ocorrida em 2016, após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre Município e Ministério Público. A única maternidade do município, que concentrava atendimentos dos convênios e do Sistema Único de Saúde (SUS), foi dividida à época. Foi criada, então, a maternidade 100% SUS no Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC). Pprofissionais avaliam que Itabira não tem demanda suficiente para duas maternidades.