Em tempos de quarentena, o ativismo pela mulher ganha a internet

Desigualdade e violência contra mulher precisam ser debatidas imediatamente — e não podem esperar a quarentena

Em tempos de quarentena, o ativismo pela mulher ganha a internet
Arquivo pessoal

O distanciamento social é uma das principais armas contra a pandemia de Covid-19. Porém, também evidencia problemas históricos da desigualdade de gênero. Para muitas mulheres, o isolamento significa combater o vírus e sobreviver à violência doméstica — ao mesmo tempo. Diante desse cenário, o ativismo feminino se faz ainda mais importante e, em Itabira, o coletivo Mulheres na Praça tem recorrido à internet para isso.

“Em 2020, nos atentamos para o aumento da violência doméstica. Com restrições de contato e distanciamento social, muitas mulheres ficam em casa com seu agressor. Lançamos uma campanha alertando sobre os tipos de violência e a rede de apoio com a qual as vítimas podem contar”, conta Joice Maia, pedagoga, professora e ativista social.

O coletivo Mulheres na Praça busca, justamente, estimular debates sobre esses temas na comunidade itabirana. “O coletivo levanta debates muito pertinentes à nossa realidade, enquanto sociedade. A troca e as ideias que conseguimos construir em conjunto com outras mulheres são valiosas”, afirma Joice Maia.

Para manter a voz ativa durante a pandemia, o coletivo vem recorrendo a internet para desenvolver ações, criar campanhas de conscientização e levar conhecimento a outras pessoas. Em suas mídias sociais, o grupo já promoveu lives sobre racismo e a mulher negra, bate-papo com a deputada estadual Andréia de Jesus (PSOL), dentre outros. Elas também compartilham vídeos, cards e outras postagens sobre feminismo e a luta das mulheres.

A pandemia do coronavírus segue avançando e, mesmo com a crise sanitária, as Mulheres na Praça seguirão dando voz às pautas femininas. Um dos objetivos, agora, é “pensar ações que atinjam as mulheres periféricas que perderam seus empregos e muitas vezes são a base econômica de suas famílias”, destaca Joice Maia.

Saiba mais

O coletivo Mulheres na Praça surgiu da necessidade de ocupar as praças da cidade e transformá-las em espaços para compartilhar artes e debater demandas coletivas — sobretudo em questões como a desigualdade de gênero em Itabira.

Quer saber mais sobre o coletivo Mulheres na Praça? Então acesse as redes sociais do grupo: Facebook e Instagram.