Entregador viraliza ao filmar dados de cartão de cliente; veja o vídeo
Vídeo difundido pelo WhatsApp mostra senhora tendo os dados do cartão registrados ao fazer pagamento de comida
Um vídeo que mostra um novo tipo de golpe para clonagem de cartão de crédito durante entregas viralizou nos últimos dias em redes sociais e em grupos no WhatsApp em todo o Brasil.
O caso não é isolado: segundo o Procon de São Paulo, o número de registros de golpes do tipo durante entregas por aplicativos de comidas saltou 186% na comparação do acumulado entre janeiro e maio de 2021 e o mesmo período de 2020.
O vídeo, aparentemente gravado pelo celular do próprio entregador, registra o momento em que uma senhora recebe uma entrega de comida na porta de sua casa, em São Paulo. Com a câmera ligada sem que ela perceba, o homem filma os números da frente e do verso do cartão de débito, enquanto distrai a cliente dizendo que aguarda sinal de satélite para conseguir fazer a cobrança.
“Vou pegar o sinalzinho da máquina, tá? Quando tem muito pedido na rua, elas (máquinas) ficam doidinhas”, diz ele, ao filmar frente e verso do cartão da senhora. O rosto do entregador aparece com clareza, embora o da cliente não seja visível.
Após filmar os dados pessoais do cartão, o entregador se oferece para iluminar a maquininha enquanto a senhora digita a senha – quando ela aceita, o entregador acaba registrando também parte do código pessoal. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que só a partir da denúncia da vítima (e por consequência de um Boletim de Ocorrência) poderia se manifestar especificamente sobre o caso.
Em nota, a secretaria afirmou que “é essencial o registro de ocorrências criminais, seja em delegacia física ou por meio da Delegacia Eletrônica, para que os crimes sejam devidamente investigados e os autores, presos. No caso de estelionato, a representação criminal por parte da vítima é necessária, conforme determina a lei”.
Dicas de prevenção do Procon-SP
As recomendações do Procon-SP para se proteger de golpes durante o delivery de comidas são:
– Recusar máquinas com o visor quebrado ou que não permitam a leitura dos dados;
– Conferir o valor da compra e, de preferência, pagar somente no aplicativo;
– Não passar os seus dados por telefone;
– Desconfiar caso o entregador informe que é necessário pagar algum valor extra;
“O consumidor deve procurar fazer o pagamento no momento do pedido, de forma online, evitando pagar na hora da entrega, que é o momento em que o golpe é aplicado. E lembrar que não existe taxa de entrega ou outra taxa extra. Qualquer ocorrência diferente deve ser comunicada à empresa”, diz em nota Fernando Capez, diretor do Procon-SP.
No caso específico do golpe citado no início desta reportagem, vale tomar cuidados extras, como manter o próprio cartão em mãos e prestar atenção redobrada ao apertar os números da senha.
Golpes mais comuns
Basta ter acesso a informações simples como data de validade, código de segurança, nome e número do cartão para se fazer determinadas compras online com o cartão alheio. É por isso que, muitas vezes, falsários tentam simplesmente registrar imagens do cartão de suas vítimas.
Estas, sua vez, acabam tendo uma falsa sensação de segurança pelo fato de continuarem com o cartão em sua posse. A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) detalhou como funcionam os principais golpes ligados a cartões registrados nos últimos meses no Brasil. Confira a seguir:
Funcionários falsos de banco: Usando gravações que imitam música e menus de centrais de bancos, falsários se apresentam como membros de centrais antifraude e pedem dados confidenciais de clientes.
WhatsApp: Se passando por funcionários de sites de compras, falsários clonam a conta de WhatsApp e a partir daí se passam pela vítima, enviando mensagens pedindo dinheiro para todos os seus contatos.
Troca de Cartões: Na hora do pagamento, atendentes mal-intencionados prestam atenção na senha usada pelo cliente ou pedem para que o código seja digitado no lugar do valor da compra. Ao registrarem a senha, eles entregam de volta outro cartão.
Falso Motoboy: Falsos funcionários de bancos telefonam para a vítima informando que seu cartão foi clonado e que um profissional buscará o cartão na casa do cliente. Muitas vezes, o falso funcionário quebra o cartão na frente da vítima, para que ela se senta mais segura. Mesmo quebrado, no entanto, o cartão continua podendo ser usado para compras online.
Lojas falsas: Normalmente perto de datas comerciais como Natal e Black Friday, vítimas recebem e-mails e mensagens de texto com supostos links promocionais para sites falsos que simulam grandes portais. Os dados são recolhidos e os produtos nunca são entregues. Por isso, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo recomenda que nunca se clique em links do tipo – é melhor digitar diretamente no seu navegador o site da loja desejada e fazer compras direto por esse caminho.
Vídeochamada: Pessoas se passando por funcionários convencem clientes de bancos a fazerem chamadas por vídeo quando usarem o caixa eletrônico. Assim, copiam todos os dados da vítima.
Cartão extraviado: Ladrões roubam cartas físicas de bancos com novos cartões e telefonam aos donos fingindo serem funcionários do banco. Após o cliente confirmar seus dados, eles conseguem desbloquear o cartão.