Geração de empregos das mineradoras em Minas Gerais são destaque no país
As cidades mineiras possuem uma geração de emprego 8 vezes maior, quando comparada ao Brasil nos últimos 12 meses, segundo estimativa do IBGE
Embora a pandemia do novo coronavírus tenha afetado, ou deixado em alerta, inúmeros setores, há um que continua se destacando no painel econômico. As mineradoras chamam atenção quando pensamos na quantidade de investimentos e geração de empregos.
As tragédias de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) contribuíram muito para que o setor sofresse em diversos aspectos, entretanto o segmento já tem dado indícios de que se reergueu. Entre os fatores que confirmam a recuperação estão os investimentos previstos pelo segmento para o quinquênio 2021/2025.
Estima-se um valor de US$ 38 bilhões para aplicação em diversos projetos no Brasil. Praticamente o dobro dos US$ 18 bilhões registrados entre 2017 e 2021. Além disso, do total esperado, US$ 13 bilhões são destinados a Minas Gerais.
Faturamento Nacional
Atualmente, superando os desafios da pandemia, o mercado se encontra aquecido. Segundo informações do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o faturamento do setor de mineração no Brasil somou R$ 209 bilhões em 2020. Uma alta de 36% em relação a 2019, considerando 130 associados responsáveis por 85% da produção nacional.
Vale destacar que os números bilionários renderam R$ 72 bilhões a arrecadação de impostos, sobretudo para a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) que passou de R$ 4,5 bilhões para R$ 6,1 bilhões. Entre as causas primordiais estão: a alta de quase 30% do dólar no aumento das commodities e o desempenho do setor, visto que a produção mineral cresceu 2,5%.
A participação das empresas mineradoras em um recente movimento das empresas na procura por abertura de capital, também é algo que deve ser destacado. Só de 2019 para 2020, os IPOs (ofertas iniciais de ações) de organizações de distintos setores, passaram de R$ 10,2 bilhões para R$ 45,3 bilhões no Brasil. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Compensação Financeira em Minas Gerais
A valorização do dólar e do minério de ferro no mercado internacional contribuíram para o aquecimento econômico em 2021, conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). Só nos primeiros quatro meses do ano, a arrecadação da CFEM foi de R$ 1,2 bilhão. Uma alta superior a 130% em relação ao mesmo período em 2020, que registrou R$ 530 milhões. Do total arrecadado, 60% fica com os municípios. O restante vai para os estados e a União.
Geração de Emprego
O aumento na geração de empregos nas regiões mineradoras é igualmente proporcional ao faturamento das empresas. Impulsionadas pela alta do minério de ferro, as cidades do segmento em Minas Gerais tiveram geração de emprego oito vezes maior que a do Brasil em 2020, conforme dados do IBGE.
Localizada na região central do estado, a cidade de Itabirito, por exemplo, abriu cerca de 4.000 oportunidades de empregos no ano passado. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e dão conta que o município teve uma variação positiva na criação de empregos de 16,10%, enquanto o Brasil teve 2,18% no mesmo período.
A cidade de Conceição do Mato Dentro recebe um dos maiores planos de mineração do mundo – o Mineroduto Minas–Rio – da mineradora inglesa Anglo American. O aumento na oferta de vagas foi 13,7% nos últimos 12 meses.
Ainda de acordo com o Caged, em Minas Gerais, os setores de extração mineral e não mineral, bem como o de assistência a essas funções, resultou um saldo assertivo de 1.897 vagas de janeiro a março de 2021. Uma melhora de 400% em comparação ao mesmo período de 2020, que gerou apenas 364 postos e trabalho.