Contra paralisação dos professores na semana que vem, servidores protocolam denúncia no MP

Denunciantes contestam apoio da Prefeitura aos profissionais da Educação

Contra paralisação dos professores na semana que vem, servidores protocolam denúncia no MP
Servidores dividiram cadeiras e opiniões em assembleias recentes. Agora, disputa vai à justiça. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online
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A atual divisão instaurada entre os servidores itabiranos ganhou um novo capítulo. Após professores da rede municipal divulgarem uma paralisação nas próximas segunda (27) e terça-feira (28) para pressionarem pela votação imediata do plano de cargos e salários, outro grupo se uniu para formalizar uma denúncia no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o movimento.

Os três pontos que sustentam a ação contestam o apoio explícito da Prefeitura de Itabira (inclusive confirmado pelo secretário Gabriel Quintão à DeFato) à paralisação. Um deles afirma que o Governo Municipal estimula a greve, para eles infundada, enquanto o outro enfatiza que a medida impede a presença de manifestantes contrários à votação da proposta. Isso porque o plenário da Câmara possui capacidade para apenas 180 pessoas.

Por fim, os denunciantes também dizem que a postura da Prefeitura fere a independência entre os poderes Legislativo e Executivo, já que os servidores apoiados pela gestão Marco Antônio Lage (PSB) prometem fazer muita pressão nos vereadores. A denúncia foi protocolada na manhã desta quinta-feira (24), um dia após o anúncio da paralisação, e está em estágio “de análise”, diz o MP.

À DeFato, um importante líder deste grupo, que preferiu não se identificar, deu mais detalhes sobre a ação. “A denúncia no Ministério Público foi feita a partir de uma ‘Assembleia’ feita pelos professores da rede municipal de ensino, que foi convocada por eles mesmos, como forma de pressionar os vereadores a aprovarem logo o Plano de Cargos e Salários. Todavia, foi dito que o Secretário Municipal de Administração, Gabriel Quintão, havia autorizado que não se cortasse o ponto dos servidores que queiram ir à Câmara na próxima segunda-feira”, inicia.

“Desta forma, a denúncia foi para questionar se a Prefeitura Municipal de Itabira autorizou ou não o corte do ponto. Se autorizou, há o entendimento que existe a interferência do Poder Executivo sobre o Poder Legislativo, desrespeitando a independência dos poderes”, completa ele.

servidores
Foto: Reprodução

Este e outros servidores estão entre as classes insatisfeitas com o plano. Segundo a vereadora Rose Félix (MDB), que dialogou com este grupo, cerca de 20 categorias dizem não ter sido ouvidas pela Prefeitura e pedem novas rodadas de conversa com a administração municipal.

Hoje, o principal opositor à votação imediata do projeto de lei é justamente o presidente da Câmara, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB). Em outros momentos, o chefe do Legislativo defendeu que a proposta só seria pautada após o envio da reforma administrativa à Casa, ocorrido na última segunda-feira (20). Porém, o que parecia resolvido ganhou novos contornos.

Na reunião extraordinária realizada na quarta-feira (22), Heraldo defendeu que a criação da Secretaria de Segurança, Mobilidade e Defesa Civil, prevista na reforma, seja feita à parte, por ser muito complexa. O novo posicionamento do parlamentar irritou os servidores da Educação, já que pode arrastar ainda mais o trâmite do plano de cargos e salários.

Já há um acordo para que a reunião de comissões da próxima segunda-feira seja voltada à análise do plano, em um encontro que promete ser quente.