Ex-presidente colombiano diz que Maduro quer anular eleições

Ditador venezuelano alegaria que o resultado da eleição foi alterado devido a um ataque cibernético

Ex-presidente colombiano diz que Maduro quer anular eleições
Foto: Reprodução/Redes sociais

O ex-presidente da Colômbia, Ivan Duque, em entrevista à reportagem da CNN, afirmou que, diante da dificuldade do governo venezuelano em manipular as atas na justificativa de vitória de Nicolás Maduro, pretende declarar nula e sem efeito, alegando que os dados foram alterados em face de um suposto ataque cibernético.

“O que Maduro procura criar é a narrativa da fraude cibernética para argumentar que não pode ter acesso a todas as atas e tentar fazer com que o Supremo Tribunal de Justiça se manifeste e diga que as eleições devem ser anuladas, para que Maduro convoque novas eleições para dezembro”, afirmou Duque.

E prossegue: “O Governo venezuelano e o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) planejam atrasar a publicação das atas com a intenção de as manipular. Eles não tinham esse mecanismo. Não podem manipular as atas porque as atas já podem ser visualizadas nas redes”.

A presidente do Supremo Tribunal de Justiça venezuelano (TSJ), Caryslia Rodrigues, informou, no entanto, na segunda-feira (5), que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) entregou as informações solicitadas sobre as eleições de 28 de julho.

Em uma sessão televisiva, o presidente do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Elvis Amoroso, afirmou que entregou tudo o que foi cobrado ao Supremo Tribunal de Justiça relativas às últimas eleições.

Caryslia Rodrigues, por sua vez, afirmou que agora o tribunal vai avançar com um processo de investigação da informação que pode demorar até 15 dias.

Segundo ela, o tribunal vai convocar os candidatos presidenciais e dirigentes das legendas para o registro de todos os instrumentos eleitorais encontrados em sua posse e para responder às questões colocadas por este órgão, com as convocações começando já a partir desta quarta-feira (7).

O primeiro convocado ao STJ foi o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que se apresenta no dia 7.

Nicolás Maduro comparece no próximo dia 9, sexta-feira.

Em carta divulgada nesta segunda-feira (5), 30 ex-líderes de países de língua espanhola cobraram do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), um posicionamento efetivo sobre a crise venezuelana.

O documento é assinado por políticos integrantes do fórum não governamental Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA).

Assinaram o documento:

Mário Abdo- Paraguai;

Óscar Arias S.- Costa Rica;

José Maria Asnar- Espanha;

Nicolás Ardito Barletta- Panamá;

Felipe Calderon- México;

Rafael Angel Calderón-Costa Rica;

Laura Chincilla- Costa Rica;

Alfredo Cristiani- El Salvador;

Iván Duque M- Colômbia;

José Maria Figueres- Costa Rica;

Vicente Fox- México;

Federico Franco- Paraguai;

Eduardo Frei Ruiz-Tagle- Chile;

Osvaldo Hurtado- Equador;

Luiz Alberto Lacalle H- Uruguai;

Guilhermo Lasso- Equador;

Maurício Macri- Argentina;

Jamil Mahuad- Equador;

Hipólito Mejía- República Dominicana;

Carlos Messa G- Bolívia;

Lenin Moreno- Equador;

Mireya Moscos- Panamá;

Andrés Pastana- Colômbia;

Ernesto Perez Balladares- Panamá;

Jorge Tuto Quiroga- Bolívia;

Mariano Rajoy- Espanha;

Miguel Angel Rodriguez- Costa Rica;

Luiz Guilhermo Solis R- Costa Rica;

Álvaro Uribe V- Colômbia;

Juan Carlos Wasmosy- Paraguai.

Em nota, o governo brasileiro afirma que: “A posição do Brasil é de estímulo ao diálogo entre o governo e a oposição venezuelana”.

À CNN, um comunicado do Palácio do Planalto afirma que “Lula já reiterou seu compromisso com a busca de uma solução pacífica entre as partes e que respeite a soberania da população”.