Nível de emergência de barragem em Barão de Cocais reduz de 3 para 2, informa ANM

A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou, na tarde de ontem (26), que o nível de emergência da barragem Sul Superior, da mineradora Vale, reduziu de 3 para 2. A estrutura está localizada na mina Gongo Soco em Barão de Cocais, onde famílias precisaram ser removidas por segurança.

Segundo o comunicado da ANM, a redução foi possível após o aumento na quantidade e na qualidade de equipamentos utilizados para os estudos no local. “Investigações geotécnicas com tecnologias avançadas, aumento no quantitativo de equipamentos de monitoramento e evolução de estudos possibilitaram uma melhor compreensão da condição de estabilidade da estrutura e uma atuação mais efetiva por parte da Vale (responsável pela barragem) e da ANM”, diz a nota.

No entanto, as famílias removidas ainda não podem retornar a suas moradias. Isso porque a Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ) continuará funcionando até que a barragem seja completamente descaracterizada. De acordo com a ANM, a previsão é que as obras terminem em dezembro de 2029.

Projeto de descaracterização

A mina de Gongo Soco deve passar por um processo de remoção dos rejeitos e recuperação ambiental. Segundo a ANM, o total removido, até o momento, chega a 900 mil metros cúbicos, o que corresponde a cerca de 13% do total a ser retirado.

Somado a isso, melhorias na drenagem superficial do  reservatório e a redução do aporte de água permitiram que a barragem passasse do Nível de Emergência 3 (NE3) para o Nível de Emergência 2 (NE2).

“A saída de NE3 e entrada em NE2 sinaliza uma melhora no desempenho geral da estrutura, representando que não se encontra em estado de pré-ruptura e que as medidas de segurança à população e ao meio ambiente estão mantidas. A redução de nível de emergência com segurança e no tempo correto, em especial para as barragens em descaracterização, é prioridade para a ANM”, afirmou o superintendente de Segurança de Barragens (SBM), Luiz Paniago.

Nível de emergência

A barragem estava em nível máximo de emergência desde 2019, após por apresentar fator de segurança na condição não drenada abaixo de 1,00. A situação representa um risco iminente para a comunidade local e o meio ambiente.

Dessa forma, a barragem passou a ser acompanhada pela ANM por meio da Coordenação de Gerenciamento de Riscos Geotécnicos de Barragens de Mineração (COGRGBM) da SBM.

“Desde que foi classificada em Nível de Emergência 3, a barragem tem sido vistoriada frequentemente, de forma presencial, e também por meio de monitoramento via SIGBM e de sessões técnicas periódicas. A mesma sistemática será mantida agora que a barragem está em Nível de Emergência 2, garantindo que a descaracterização da barragem ocorra de forma controlada e segura”, apontou o coordenador da COGRGBM, Eliezer Senna.