Artista itabirano João Jardel, lança álbum musical ‘Antipop’; confira
Com influências que passeiam pelo afropunk, música eletrônica e rock alternativo, o trabalho propõe uma escuta intensa e reflexiva

O músico itabirano João Jardel lançou, na última segunda-feira (5), o álbum ‘Antipop’. O trabalho reúne composições autorais com forte carga emocional, estética experimental e uma sonoridade marcada pela influência da música eletrônica, do rock alternativo e de elementos da cultura afro-diaspórica. Em entrevista ao portal DeFato Online, ele explica seu processo criativo e compartilha suas expectativas para o futuro.
Sobre o álbum
Antipop nasce da inquietação e da necessidade de romper com fórmulas. Segundo João, o álbum representa um ponto de virada em sua carreira, especialmente quando comparado ao trabalho anterior, Branco. “Acho que esse trabalho é sobre a impossibilidade de lidar com tudo ao mesmo tempo e também sobre quebrar alguns paradigmas de composição, de música mesmo. Foi um disco que deu trabalho. Eu queria fazer algo que me impactasse, antes de mais nada. Todas as faixas têm um teor muito pessoal, porque, pra escrever, eu precisei elaborar muita coisa interna”, explica.
As faixas que compõem o disco foram produzidas em parceria com Rodrigo Honório, ex-parceiro de banda. Elas abordam temas como angústia, rotina e resistência.
Para o artista, a faixa que melhor sintetiza a obra é ‘O Antipop’, que explora o lado A e lado B do artista, entre ideias radicais e idealistas e a própria realidade de sobrevivência em um mundo onde o discurso nem sempre se transforma em ação. “Antipop aborda a realidade: você tem que pagar as contas, acordar cedo, trabalhar e sobreviver. Você não define as regras do jogo, só joga. E tem que dar um jeito de lidar com tudo isso”, comenta.
Clique aqui para conferir o álbum e outras produções do artista.
Sobre o artista
Nascido em Itabira e atualmente residente em Belo Horizonte, João tem uma trajetória musical que começou ainda na adolescência, quando ganhou o primeiro violão de sua mãe. Aos 17 anos, formou sua primeira banda autoral, Curved. Ao longo dos anos, integrou projetos como Postura e Poison Or Medicine, sempre transitando entre o rock, o indie folk e a música experimental e independente.
Em 2020, o artista encontrou espaço para explorar uma linguagem mais pessoal, desenvolvendo projetos solo. Com influências musicais que passeiam por Nação Zumbi, Titãs e Juçara Marçal, além de nomes da cena eletrônica e industrial, junto a alguns artistas contemporâneos como Crizin da Z.O, Tantão e Os Fita e Maria Beraldo, João propõe um diálogo entre gêneros, ruídos e sensações. Ele define esse estilo como Pretocore e Macumba Industrial.
Planos futuros
João Jardel se prepara para levar o álbum aos palcos. A estreia está marcada para o dia 1º de junho. A expectativa é que o show ajude a abrir novos caminhos para a circulação do trabalho. “Acho que seria legal levar esse trabalho para os palcos. A estreia vai ser no dia 1º de junho, que cai num domingo, e eu tô um pouco ansioso… Mas acho que vai ser massa. Vamos ver como será essa primeira experiência; ela vai direcionar como as próximas vão acontecer”, antecipa.
Ele espera que Antipop provoque reflexão.“Joguei ele no mundo com essa intenção”, diz. Por ser um disco muito pessoal, ele também deseja que as pessoas o ouçam com atenção, tirem suas próprias conclusões e se sintam confortáveis para compartilhar suas impressões. “Quero que gere debate, conversa, troca. Que estejam abertas a falar sobre isso comigo”, conclui.
Ver essa foto no Instagram