‘Bom Retorno’: Cineasta itabirano Breno Alvarenga finaliza seu primeiro longa, gravado em Belo Horizonte
Com previsão de estreia para 2026, a obra ainda não tem uma definição de exibições, mas que a ideia é comece por um circuito de festivais no Brasil e no exterior, com posterior exibição nos cinemas e, possivelmente, em plataformas de streaming
Com um histórico de conquistas no cinema, incluindo o “Kikito” (prêmio máximo de Melhor Curta-Metragem Nacional no Festival de Gramado em 2023) com o documentário Camaco, o cineasta itabirano Breno Alvarenga finalizou, neste mês de maio, as gravações de seu primeiro longa-metragem de ficção. Intitulado Bom Retorno, o filme foi inteiramente rodado em Belo Horizonte e mergulha nos dilemas da vida adulta, propondo uma narrativa sensível sobre identidade, reencontro e pertencimento.
Com previsão de estreia para 2026, o longa acompanha Antônio, personagem vivido por Igor Fernandez, um jovem que retorna ao Brasil após cinco anos nos Estados Unidos. De volta a Belo Horizonte, ele tenta se reconectar com pessoas e lugares que já fizeram parte de sua vida, percebendo, no entanto, que tudo seguiu em frente e que ele também precisa encontrar um novo rumo. “É um filme sobre pertencimento e sobre uma busca de si”, explica Breno.
Em entrevista à DeFato Online, Breno comentou que ainda não tem uma definição de exibições, mas a ideia é que comece por um circuito de festivais no Brasil e no exterior, com posterior exibição nos cinemas e, possivelmente, em plataformas de streaming.
O cineasta conta que a ideia do roteiro surgiu de uma vivência pessoal. Ele morou em Recife por dois anos e enfrentou dificuldades para se reconectar com Belo Horizonte ao retornar, pouco antes da pandemia. A experiência inspirou o enredo de Bom Retorno, classificado por Breno como um drama com toques de humor. “Poderia talvez ser chamado de dramédia — assim chamamos esses filmes que misturam um pouco de drama com comédia — mas ele é majoritariamente um drama, que toca em temas sensíveis, principalmente para o público na faixa dos 30 aos 40 anos, falando sobre relações familiares, afetos, identidade e pertencimento”, resume.
Produção
As filmagens duraram seis semanas e foram viabilizadas com o apoio do edital BH nas Telas e da Lei Paulo Gustavo. A BH Film Commission também participou ativamente da produção, facilitando filmagens em locais públicos e articulando a logística do projeto. “Foi um processo bonito de ver como a própria cidade abraçou o filme para que ele pudesse acontecer”, destaca Breno.
O filme contou com uma equipe de mais de 100 profissionais, majoritariamente mineiros. Entre os nomes de destaque no elenco estão Babi Collen, Carlos Francisco, Fernanda Vianna e Alexandre Cioletti. A produção também abre espaço para jovens talentos da cena mineira, como Duda Vianna, Will Soares, Rebecca Kassab, Maria Leite e Ramon Brant. As locações foram os bares, casas noturnas, apartamentos e ruas da capital, colocando Belo Horizonte como cenário e personagem da história.
Sobre Breno Alvarenga
Diretor e roteirista, Breno Alvarenga é itabirano e filho de Mauro Alvarenga. Há mais de uma década atuando no audiovisual, ele já assinou obras como O Destino da Senhora Adelaide — disponível na GloboPlay — e o documentário Camaco, vencedor do Kikito de Melhor Curta-Metragem Nacional no Festival de Gramado em 2023. Breno descreve o cinema como a forma mais genuína de expressar sua visão de mundo. “Sempre fui muito observador, aqui eu encontro mesmo a minha voz, então eu acho que minha maior motivação é pessoal mesmo. De ver como que a arte me salva e me coloca mais em contato com o mundo ao meu redor”, afirma.
Para ele, além de ser um ato pessoal, fazer cinema é, ao mesmo tempo, um ato coletivo, motivado tanto pela sua própria relação com a arte quanto pelo entusiasmo com a potência do cinema nacional. “Estamos vivendo um momento magnífico no cinema brasileiro. É uma honra poder contar histórias nesse tempo em que o público está voltando a se emocionar com o que é feito aqui”, diz.