Coordenadora da Fraternidade Cristã cobra aplicação de leis e políticas públicas para pessoas com deficiência em Itabira

Manifestação ocorre na semana do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência e reforça a necessidade de políticas públicas de inclusão em Itabira

Coordenadora da Fraternidade Cristã cobra aplicação de leis e políticas públicas para pessoas com deficiência em Itabira
Foto: Giovanna Victoria/DeFato

Na reunião ordinária da Câmara Municipal desta terça-feira (2), a coordenadora estadual da Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência de Itabira, Lúcia das Graças Ribeiro Silva, utilizou a tribuna para apresentar preocupações e reforçar a importância de políticas públicas voltadas à inclusão. Ela destacou a relevância da Lei Brasileira de Inclusão (LBI) e lembrou que o texto foi construído com participação direta das próprias pessoas com deficiência na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

Lúcia ressaltou que, apesar de ser uma lei federal, sua efetividade depende da participação da população e do compromisso das instituições públicas. Ela citou dificuldades enfrentadas por pais, estudantes e pessoas com deficiência em áreas como educação inclusiva e acesso aos serviços básicos, afirmando que muitas barreiras ainda impedem o exercício pleno da cidadania.

Para ela, falta sensibilidade nas estruturas urbanas e no atendimento, o que afeta tanto a dimensão física quanto a sensorial. Lúcia concluiu reforçando a responsabilidade do Legislativo na criação de políticas que garantam condições reais de inclusão: “Esse lugar é de todo cidadão, e contamos com cada vereador para avançar nessa luta”.

A manifestação ocorre na mesma semana do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, celebrado na última quarta-feira (3), data que propõe reflexões sobre inclusão e garantia de direitos.

Presidente da Câmara reconhece falhas e defende revisão do plano diretor

O presidente da Câmara, Carlos Henrique da Silva Filho, o Carlin Filho, parabenizou a Fraternidade Cristã pela mobilização e afirmou que a presença do grupo provoca “reflexões necessárias” no Legislativo. Ele reconheceu que o prédio da Câmara, construído há 40 anos, não considerou as necessidades de acessibilidade. “Tivemos reformas recentes que ampliaram a acessibilidade, mas essa discussão precisa ir além da Casa Legislativa”, afirmou. Carlin também citou a revisão do plano diretor, prevista para o ano que vem, como oportunidade para inserir diretrizes que garantam condições plenas de mobilidade urbana e inclusão.“A cidade é para todos, sem restrições”, completou.

Elias Lima reforça importância da empatia e da vivência

O vereador Elias Lima (Solidariedade) destacou que a sociedade ainda carece de sensibilidade para compreender as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência. Ele relatou sua experiência pessoal com limitações momentâneas e afirmou que só quem vive a dificuldade entende sua dimensão. “Infelizmente, ainda não evoluímos o suficiente para não precisar sentir na pele para entender”, disse.

Bernardo Rosa defende ações estruturais

O vereador Bernardo Rosa (PSB) ressaltou que a inclusão ainda é um desafio nacional e que, sem leis, muitos avanços não ocorreriam. “Não podemos usar o relevo da cidade como desculpa para não dar acessibilidade”, afirmou.

Bernardo enfatizou que a mobilidade urbana é apenas um dos muitos aspectos da inclusão e destacou problemas como calçadas irregulares, rampas de garagem que bloqueiam o caminho e a ausência de sinalização sonora nos semáforos, demanda já apresentada por ele por meio de indicações. “Nos PSFs, também não temos inclusão. Isso não é realidade só de Itabira, mas precisamos enfrentar o problema aqui”, disse.