Embargo da China gera possível queda nos preços das carnes

Arroba do boi gordo atingiu menor patamar do ano e as quedas devem chegar logo ao consumidor final

Embargo da China gera possível queda nos preços das carnes
Foto: Divulgação / Abiec

O embargo chinês às importações de carne brasileira, que já dura 45 dias, reduziu o preço do boi vivo e o alívio poderá chegar ao consumidor final. O preço da arroba do boi gordo terminou a semana passada em R$ 266,80, menor valor do ano, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

O Índice Geral de Preços da Fundação Getulio Vargas (IGP) mostra queda de 4,11% no preço no boi vivo na primeira prévia de outubro, com dados coletados até último dia 10. O recuo na carne bovina influencia outras proteínas no atacado. Segundo dados do Cepea/USP, o quilo do frango congelado caiu 3% em 30 dias, em São Paulo. A retração da carne suína foi de 3,6% na última semana.

Analistas afirmam que essas quedas devem chegar ao consumidor final se o embargo se mantiver por mais tempo. A previsão inicial do governo brasileiro era de uma suspensão das exportações por 15 dias, mas a China está demorando a rever sua decisão.

Devido à demora, o Ministério da Agricultura determinou a suspensão da produção de carne bovina para o país asiático. O embargo ocorreu após o governo brasileiro notificar dois casos atípicos do mal da vaca louca, doença que atinge os bovinos.

“Por enquanto, o embargo aumentaria a oferta doméstica e favoreceria a queda de preços aqui no Brasil. Acho que chega sim ao consumidor, mas é mais lento. Se ao produtor a gente já vê bovino vivo com queda de 4%, é um sinal que esse efeito vai caminhar ao longo da cadeia produtiva, e isso vai chegar sim ao consumidor. Vai demorar um pouco mas chega”, explica o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).

O preço no varejo ainda não caiu, mas as altas estão perdendo fôlego. Segundo os dados da FGV, as carnes bovinas subiram 0,25% no IPC-10, que mede os preços ao consumidor até o dia 10 de outubro. No levantamento anterior, de setembro, a alta fora de 0,36%.

* Conteúdo O Globo

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