Especialistas projetam fim da pandemia de Covid-19 este ano, mas vírus deve permanecer

Especialistas ressaltaram a importância da vacinação no combate à pandemia

Especialistas projetam fim da pandemia de Covid-19 este ano, mas vírus deve permanecer
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizou, nesta quarta-feira (2), o seminário “Como conviver com a covid? Impactos e perspectivas após dois anos de pandemia”. Durante o evento, especialistas comentaram que projetam fim da pandemia ainda em 2022, mas o vírus não será erradicado.

O professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Unaí Tupinambás, disse que a pandemia deve acabar ainda em 2022. “Talvez neste semestre. Mas o vírus vai continuar com a gente”, ressalvou o infectologista, para então descrever o que está sendo projetado. Segundo ele, o mundo deverá entrar em um cenário de endemia, ou seja, em um estágio de relativo controle da doença, com surtos locais e sazonais, porém de monta passível de ser prevista e combatida com o uso de estratégias combinadas.

Ele acredita que a covid-19 deverá se transformar em uma doença semelhante à gripe – que acompanha a humanidade há séculos – e não ao sarampo, enfermidade passível de ser erradicada em razão de sua vacina ser esterilizante.

“Em relação à covid-19, provavelmente nunca atingiremos a imunidade de grupo, pois o vírus vai mudando. As vacinas até agora desenvolvidas contra a covid-19 não tinham a pretensão de cortar a infecção. Elas se aproximam mais da vacina da influenza: tomamos, eventualmente ficamos gripados, mas de forma mais branda”, disse o especialista.

Importância da vacina

Unaí Tupinambás ressaltou a importância da vacina para amenizar os impactos do vírus e impedir as formas moderadas e graves da doença. “A verdade é que, se não tivéssemos as vacinas contra a covid-19, estaríamos em um caos total. Agora, o que temos que pensar, também, é que deveremos precisar de uma segunda geração de vacinas para este ano ainda ou o para o ano que vem”, disse.

O virologista Flávio Fonseca, professor do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), em palestra sobre vacinas e variantes, explicou que o mundo opera como se fosse um grande laboratório a céu aberto de evolução viral, com vírus se adaptando continuamente ao ser humano por meio de seus desdobramentos em variantes, que nada mais são que exemplares mutantes.

“Não estamos lidando com um vírus que nasceu ontem; os vírus têm bilhões de anos de evolução, então é muito difícil prever como será a sua próxima variante. Há um fator de imprevisibilidade”, ponderou. “Mas, se não posso prever isso, uma coisa eu posso prever: nós vamos ter uma vacina para ela”, garantiu.

*Com Comunicação da UFMG

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