Gabigol perde pênalti decisivo, e Cruzeiro cai diante do Corinthians, na Copa do Brasil

Cruzeiro e Corinthians protagonizaram uma partida de alto nível, na tarde deste domingo (14), em Itaquera, pela semifinal da Copa do Brasil. A equipe de Leonardo Jardim chegou a abrir 2 a 0 no placar, revertendo a desvantagem do confronto anterior, mas viu o adversário reerguer-se com o 2 a 1 e forçar a definição por pênaltis. O goleiro Cássio brilhou na cobrança de  Yuri Alberto, e o Cruzeiro teve a chance de selar a classificação nos pés de Gabigol, que, no entanto, parou nas mãos de Hugo Moura. O jovem goleiro alvinegro transformou-se, então, no herói da Fiel, anotando duas defesas e, assim, garantiu a vitória corintiana.

Depois de um desempenho aquém do esperado na partida de ida, o Cruzeiro demonstrou em campo uma postura ofensiva, dominando o Corinthians desde o primeiro tempo. O brilho de Keny Arroyo, que marcou dois gols, parecia garantir a classificação heroica, até que a estrela de Matheus Bidu ofuscou a do equatoriano. A partir do momento em que marcou o gol, o Corinthians exerceu pressão suficiente para reconquistar a vantagem, mas parou na trave em duas oportunidades.

O adversário do Corinthians na grande decisão da Copa do Brasil será definido, portanto, no embate entre os rivais cariocas Fluminense e Vasco, que entram em campo às 20h30 deste domingo, no Maracanã. As finais do torneio acontecerão na próxima quarta-feira (17), em Itaquera, e no domingo (21), no Maracanã.

Cruzeiro domina primeiro tempo e abre o placar

Logo nos primeiros quinze minutos de partida, foi possível identificar a mudança na postura do Cruzeiro em campo, em comparação ao desempenho tímido da equipe no jogo anterior. Se no Mineirão o Corinthians sentiu-se à vontade para controlar a posse de bola e ditar o ritmo da partida, em Itaquera o time celeste soube impor sua superioridade técnica.

Contando com uma boa atuação de seu quarteto de meio-campistas, o Cruzeiro foi capaz de criar boas chances de gol com Kaio Jorge e Matheus Pereira, que exigiram a destreza do goleiro Hugo Moura. Novidade na equipe de Leonardo Jardim, Luis Sinisterra sentiu dores e precisou ser substituído por Arroyo.

O ímpeto ofensivo do Cruzeiro persistiu após a mudança. E a iniciativa surtiu efeito aos 39min, quando um cruzamento de Christian encontrou justamente o atacante Arroyo. Em sua primeira oportunidade, ele cabeceou para o fundo do gol, abrindo o placar. 1 a 0 Cruzeiro. Nos minutos seguintes, até o fim do primeiro tempo, o Cruzeiro buscou o ataque, mas precisou de organização defensiva para segurar as investidas do rival.

Reviravoltas marcam segunda etapa

O Corinthians realizou mudanças na equipe que retornou do intervalo, com a entrada do meio-campista Raniele, de características defensivas. Assim, Dorival Júnior buscou conter a liberdade de Matheus Pereira, o que foi a tônica do jogo até ali. Contudo, o Cruzeiro foi efetivo e letal logo aos 3min.

Em jogada de contra-ataque, uma rápida triangulação entre os meio-campistas acionou Kaio Jorge com um longo lançamento, seguindo livre, em direção à grande área. Ele, então, cruzou bola rasteira para, Arroyo, que teve espaço para dominá-la antes de tocar para o fundo da rede. Nesse momento, então, o Cruzeiro conquistou a virada de que tanto precisava, revertendo a vantagem corintiana a pó.

A reação do Corinthians foi, então, lançar-se ao ataque com todas as forças. Assim, logo aos 9 min conquistou seu objetivo. Após cobrança de falta de Garro, a bola respingou na área, e o goleiro Cássio falhou em rebatê-la. Matheus Bidu, ex-jogador do Cruzeiro, cabeceou para o fundo das redes, igualando novamente o confronto.

Após o gol de Bidu, vimos uma mudança significativa na partida. Se no primeiro tempo o time da casa teve uma postura contida e defensiva, a urgência do relógio fez com que o ritmo se transformasse. Entre os 15 e os 18 minutos, foram duas boas chances de gol, em chutes de fora da área de Memphis Depay e Rodrigo Garro, com boas defesas de Cássio. Quando o goleiro não pôde alcançar a meta, em tentativas do mesmo Bidu, na pequena área, a trave salvou o time celeste em duas oportunidades. Na altura dos 20 min do segundo tempo, o Corinthians era senhor do jogo, impondo ao Cruzeiro sua superioridade física.

A partir dos 30min, as duas equipes diminuíram o ritmo de seus ataques, seja por precaução defensiva ou física. Dali até os acréscimos, se lançaram de forma prudente ao ataque, tendo o Corinthians criado as melhores chances de gol, abusando dos cruzamentos fechados em direção ao goleiro Cássio.

Hugo Moura brilha e decide o confronto

A conclusão deste roteiro não poderia ser mais dramática. Após a disputa acirrada e qualificada na segunda etapa, o destino se definiria na disputa por pênaltis.

Logo na primeira cobrança do Corinthians, do atacante Yuri Alberto, Cássio brilhou. Defendeu o pênalti. A injeção de ânimo pareceu influenciar os seus companheiros de equipe, que realizaram os tiros seguintes de forma perfeita. E foi então que o atacante Gabigol caminhou em direção à marca da cal na grande área.

Ele teve sob os seus pés a responsabilidade da última cobrança da série de cinco. Se fizesse o gol, selaria a classificação da equipe. No entanto, o atacante bateu mal e facilitou a defesa do goleiro Hugo Souza. Assim, a definição seguiu no regime de tentativas alternadas de pênaltis. E então Hugo Souza brilhou novamente, defendendo a o chute do volante Walace. O Corinthians garante a sua passagem para a grande decisão da Copa do Brasil, em que buscará o seu quarto título, contra Fluminense ou Vasco.