“Minha preocupação é não saber quando vai acabar essa pandemia que nos acorrenta”, diz itabirano que mora nos EUA

O construtor Marcos Amaro, de 53 anos, vive na cidade de Danbury há 27 anos e segue no país sem a liberdade de ir e vir 

“Minha preocupação é não saber quando vai acabar essa pandemia que nos acorrenta”, diz itabirano que mora nos EUA

Há 27 anos, Marcos Amaro decidiu sair do bairro Hamilton, em Itabira, para buscar novas oportunidades nos Estados Unidos da América (EUA). Aos 53 anos, ele mora na cidade de Danbury em Connecticut, na região de New England. De uns tempos para cá, a vida de Marcos, que é construtor, mudou bastante. Hoje, a tão sonhada qualidade de vida conquistada no exterior, vive uma constante ameaça: o novo coronavírus.

Em tempos de pandemia da Covid-19, os EUA registraram 1.169 mortes causadas pela doença no período de 24 horas, segundo contagem de referência realizada nesta quinta-feira (2) pela Universidade Johns Hopkinsco. Devido ao problema, a rotina de Marcos agora é monitorada, passo a passo, de acordo com a medidas de prevenção ao coronavírus. Ele também segue sem o livre direito de ir e vir, sem frequentar praias, shoppings e outros lugares públicos.

Rotina

Apesar de ainda estar trabalhando, já que o seu local de trabalho é um espaço aberto, Marcos conta que sai de casa apenas para trabalhar. Ele e a família passam a maior parte do tempo sem ir às ruas.

“Minha preocupação é não saber quando vai acabar essa pandemia, que nos acorrenta em casa, hospitais ou nos mata, sendo que Deus nos deu liberdade para caminhar, ir e vir por onde quiser”, disse o itabirano.

Marcos conta que a maioria dos americanos estão de quarentena e são poucas as pessoas que ainda saem nas ruas. Ademais, ele afirma que, até o momento, não se pode aproximar da cidade de Nova York, como medida de segurança. Caso alguém se arrisque, a polícia americana tem total liberdade de fazer um comunicado a central da cidade responsável pelo cidadão, colocá-lo em isolamento domiciliar e ainda aplica-lo uma multa.

“Eu levanto cedo, saio para trabalhar com muita precaução. Tomo cuidado para abastecer carro, chego em casa, tiro as botas, deixo do lado de fora e coloco as roupas para lavar, se preocupando com as precauções de higiene. Medo eu não tenho, mas tenho um receio, um certo temor”, desabafou Marcos.

O itabirano conta que tem outra inquietação tomando conta dos seus pensamentos: os problemas financeiros. Ele afirma que, como todo o país, a maior angústia é não saber como serão os próximos dias para garantir a sobrevivência.

“A gente faz uma reserva para sobreviver onde o custo de vida é caro. Então, você economiza para ter renda suficiente para uns 4 a 5 meses, mas a verdade é que a gente não sabe quando vai acabar. Temos muita fé em Deus, pedimos muito a ele, alimentando o espírito para que possamos vencer essa tempestade. Eu nunca vivi isso antes, em  53 anos de idade. Dá temor, mas com fé em Deus, pedimos sabedoria.

Solidariedade

Marcos disse que os americanos são muito solidários. Algumas igrejas e grupos empresariais estão se doando para amenizar um pouco as consequências deste momento de pandemia. Cestas básicas estão sendo feitas e distribuídas para famílias carentes de todo o país. “Tem comunidades brasileiras que as mulheres compram materiais e fazem máscaras para doar a asilos,  hospitais e pessoas que não possuem condição de comprar”, disse o itabirano.

“Minha preocupação é não saber quando vai acabar essa pandemia, que nos acorrenta em casa, hospitais ou nos mata”, diz itabirano que mora nos EUA
Foto: Marcos Amaro
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