Com protesto sindical, reunião da Câmara de Itabira termina em bate-boca e acusações

Manifestação de servidores pediu que Prefeitura abra a rodada de negociações com a classe

Com protesto sindical, reunião da Câmara de Itabira termina em bate-boca e acusações
Wesley Rodrigues/DeFato
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O clima esquentou durante a reunião da Câmara de Vereadores de Itabira desta terça-feira, 20 de março. Na ocasião, dirigentes do sindicato dos servidores públicos da cidade foram à Casa, em protesto por melhorias salariais. O presidente do grupo, Auro Gonzaga, ganhou a oportunidade de discursar na tribuna. Porém, o sindicalista subiu o tom e fez acusações aos vereadores, que revidaram com manifestações de repúdio. Houve bate-boca entre os participantes.  

O sindicato levou à Câmara faixas com críticas ao governo municipal. O grupo se queixa que há três anos cerca de cinco mil trabalhadores do setor público não têm reajuste nos salários. A atual campanha, inclusive, pede a recomposição das perdas desse período – uma soma de 31,25% de correção. A data-base do acordo coletivo venceu no mês passado, porém o Executivo não fez uma contraproposta até o momento.

Indignado, o dirigente sindical Auro Gonzaga falou mais alto. Disse que, se necessário, “é preciso fazer uma quebradeira” para chamar a atenção do governo. Auro acusou os parlamentares de “fazerem seu pé de meia, enquanto servidores passam necessidades”. Criticou também indicações a cargos comissionados, altos salários e projeções de arrecadação municipal. O discurso inflamado ‘incendiou’ o plenário e o presidente da Câmara, Neidson Freitas (PP), encerrou o tempo dado ao sindicalista na tribuna.

Neidson também repudiou a “incitação à desordem e ao vandalismo” do discurso de Auro. Vice-presidente, André Viana (Podemos) classificou como de “máximo desrespeito” a fala do sindicalista. Ex-presidente, Rodrigo Diguerê (sem partido) disse que “quem está à frente de uma representação precisa ter, ao menos, equilíbrio”. Um a um, outros vereadores se posicionaram sobre as acusações.

Acusações provocaram indignação de vereadores. Foto: Wesley Rodrigues/DeFato

Apesar do mal-estar, vereadores decidiram enviar um ofício ao prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) pedindo a abertura das negociações com a categoria. Líder do governo, ‘Carlin’ Filho (Podemos) citou que o alto escalão da Prefeitura receberá, em breve, o sindicato dos servidores.

Neidson Freitas lembrou que um projeto de lei para reajustar os salários tem caráter financeiro e, portanto, somente pode ser de iniciativa do Executivo municipal.  

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Sem reajuste

Procurada por DeFato, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Itabira disse que não há possibilidades de reajuste salarial aos servidores públicos em 2018. “O governo vai agendar uma reunião com o sindicato. Na pauta de reivindicações há a possibilidade de atendimento de alguns itens. Mas, o reajuste está descartado neste ano”, diz nota enviada a DeFato nesta tarde.