Pesquisa PoderData indica crescimento da avaliação negativa do Governo Lula na metade do mandato

A frustração com o desempenho do governo ocorre mais em função da redução do poder de compra da população, com a alta do dólar e o alto preço dos alimentos

Pesquisa PoderData indica crescimento da avaliação negativa do Governo Lula na metade do mandato
Foto: Ricardo Stuckert/PR/Flickr

Na metade do seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vê crescer sua avaliação negativa à frente do Executivo nacional.

Dados da pesquisa PoderData, realizada entre os dias 25 a 27 de janeiro indicam uma queda de 19 pontos percentuais e está no menor patamar desde sua posse em janeiro de 2023.

Seu trabalho pessoal é considerado bom/ótimo por 24% dos eleitores, diferente de quando assumiu pela terceira vez seu mandato, cujo índice de aprovação era de 43%.

A percepção negativa do seu desempenho pessoal soma 40%, contra 35% há dois anos atrás. 3% não souberam responder.

A frustração com o seu desempenho ocorre mais em função da redução do poder de compra da população, com a alta do dólar e o alto preço dos alimentos.

Os dados coletados pela pesquisa foram feitos por meio de ligações para celulares e telefones fixos, com 2.500 entrevistas a pessoas acima de 16 anos, em 219 municípios nas 27 unidades da Federação, e margem de erro de 2 pontos percentuais. O intervalo de confiança é de 95%.

Para obter os dados, o PoderData fez milhares de ligações, até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

O PoderData estratifica os dados por recortes demográficos (sexo, idade, escolaridade e renda).

O governo tem enfrentado dificuldades econômicas, políticas e de comunicação.

Em sua campanha, prometeu incluir o pobre no Orçamento, mas a alta do dólar, que pressiona os preços dos produtos internamente, em especial os alimentos, o governo tem perdido apoio de grupos mais vulneráveis, o que levou Lula a pedir mais empenho dos seus ministros em recente reunião ministerial, cobrando soluções para baixar os preços dos alimentos.

O PIXgate, em meados de janeiro, que supostamente alteraria a fiscalização do PIX, foi um duro golpe na credibilidade do governo, que revogou a medida após intensas críticas, tanto de políticos de oposição quanto da população com acesso às redes sociais.

Lula tem perdido apoio até no Nordeste, região de onde é oriundo e onde grande parte da população é de origem humilde e sem recursos financeiros, sobrevivendo, em sua maioria, com os benefícios sociais ofertados pelo governo, como o Bolsa Família.

Entre os moradores da região Nordeste, reduto eleitoral do petista, os percentuais de desaprovação subiram 8 pontos percentuais desde a posse, indo de 35% para 43%. No mesmo período, o grupo que se dizia satisfeito com sua gestão recuou de 55% para 51%

Dos eleitores que declararam ter votado em Lula nas eleições presidenciais de 2022, 23% deles confessam desaprovar sua gestão. Eram 10% no início do mandato. A taxa de aprovação caiu de 87% para 73% no período.

* Fonte: Poder360