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EUA alertam para escalada em Taiwan e convocam embaixador americano na China

EUA alertam para escalada em Taiwan e convocam embaixador americano na China

Foto: Reprodução/EUA

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta sexta-feira (5), que os exercícios militares da China no Estreito de Taiwan são “ações provocativas” e uma “escalada significativa que não tem nenhuma justificativa” e enfatizou que Washington nunca quis “provocar uma crise”.

“A China optou por uma reação exagerada. Não há justificativa para esta resposta extrema e desproporcional”, declarou Blinken em uma entrevista em Phnom Penh, no Camboja, onde participa da reunião ministerial da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Blinken ressaltou que “não há justificativa” para os exercícios militares chineses após a visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha, que tem sido o principal tema da reunião da Asean.

Segundo o secretário de Estado, a China utilizou a visita de Pelosi “como pretexto para aumentar sua provocativa atividade militar” no Estreito de Taiwan e arredores. Como reação, na quinta-feira (4) a Casa Branca chamou o embaixador americano na China, Qin Gang, para tratar das ações de Pequim, que chamou de “irresponsáveis”.

Ações militares

O Ministério da Defesa taiwanês denunciou que navios e aviões de guerra chineses cruzaram nesta sexta-feira a linha média do Estreito de Taiwan, que funciona como uma fronteira não oficial, mas tacitamente respeitada entre a China e Taiwan, uma ilha autogovernada cuja soberania Pequim reivindica.

Os exercícios militares, que estão ocorrendo em seis áreas ao redor da ilha, incluíram disparos de longo alcance com mísseis convencionais, assim como o posicionamento aéreo de caças e bombardeiros.

Blinken garantiu que nada mudou na política dos EUA em relação a Taiwan e o governo americano não está buscando uma mudança no status quo da ilha e não apoia sua independência.

Taiwan, com o qual os EUA não têm relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas da ilha e seria seu maior aliado militar no caso de um conflito militar com o gigante asiático.

Não permitiremos que China isole Taiwan, diz Pelosi em Tóquio

A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, afirmou nesta sexta-feira, 5, que o país “não permitirá” que a China isole Taiwan. A declaração foi feita em um discurso em Tóquio, depois que sua visita à ilha causou reações negativas de Pequim. Além disso, Pelosi disse que sua presença em Taipé não tratou sobre uma mudança no “status quo” de Taiwan, que é reconhecido pelo chamado principio da “Uma China”.

Pelosi disse que Pequim não irá impedir que líderes americanos viajem a Taiwan, e que visitas de alto nível continuarão ocorrendo, inclusive em âmbito bipartidário. Segundo ela, a presença em Taipé ocorreu para reforçar as relações entre os Estados Unidos e Taiwan e tudo o que foi feito teve em vista manter a paz no Estreito de Taiwan.

Em Tóquio, Pelosi concluiu sua visita ao Indo-Pacífico. Enquanto isso, exercícios militares chineses prosseguiram nos arredores da ilha, em uma escalada de tensões que analistas avaliam que pode superar a última grande crise no Estreito de Taiwan, em 1996.

Nesta sexta, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, condenou o disparo de mísseis balísticos durante os exercícios militares, cinco dos quais Tóquio acredita que aterrissaram em sua zona econômica exclusiva. “É um problema grave que afeta nossa segurança nacional e a segurança de nossos cidadãos”, afirmou o japonês.

* Com Estadão Conteúdo e agências internacionais.

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