Pandemia atrasa obras de hospital da Unimed em Itabira
A operadora estima pelo menos 18 meses para iniciar os atendimentos de seu hospital. Em meio às discussões sobre a maternidade do HNSD, a Unimed informa que sua estrutura não prevê um setor materno-infantil.
A inauguração do hospital da Unimed em Itabira vai demorar. O contingente de trabalhadores que atua na obra foi reduzido a um terço, em adequação às normas de segurança sanitária contra a covid-19. A operadora estima que seu recurso próprio entre em operação daqui a 18 meses, pelo menos.
Com acesso pela avenida Li Guerra, a estrutura chama a atenção no bairro Praia e parece pronta, com sete mil m² construídos. Mas, há muito a ser feito. Segundo Virgilino Quintão Torres Cruz, diretor-presidente da Unimed Itabira, um plano diretor foi aprovado para implantar a unidade em três fases.
A primeira inclui pronto atendimento, saúde ocupacional, núcleo de atenção à saúde e estrutura administrativa. Já a segunda fase prevê a abertura de um hospital dia, para pacientes que precisam permanecer sob cuidados por até 12 horas.
Finalmente, vem a terceira etapa: hospital geral com 70 leitos de internação, sendo 10 de unidade de tratamento intensivo (UTI). Esse estágio contempla, também, operar bloco cirúrgico com cinco salas de cirurgia.
Contudo, o cronograma atrasou. “Era para termos finalizado a primeira etapa no fim de 2020”, cita o dirigente da operadora. “Estamos tocando a obra dentro das nossas possibilidades, em virtude das limitações impostas pela pandemia de covid-19”.
Com a alteração dos planos, a Unimed Itabira estuda pular etapas. A marca é uma cooperativa médica e tudo depende de um entendimento dentro do grupo mineiro. “Estamos negociando com a Unimed Belo Horizonte uma possível parceria para já iniciarmos com um hospital geral. Havendo êxito na negociação imagino que possamos ter um hospital geral funcionando dentro de 18 a 24 meses em nossa edificação”, informou Virgilino.
Verticalização
A construção do recurso próprio – nome dado à estrutura exclusiva da operadora, que pode incluir hospital, laboratórios e outros serviços em saúde – é parte de um plano de verticalização. A Unimed vê vantagem em ter os próprios serviços, em ambiente onde não concorra com outras operadoras. O intuito, além disso, é desafogar espaços como o do Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD), que atende à saúde conveniada em Itabira.
Na cidade, a Unimed tem 134 médicos cooperados e aproximadamente 20 mil clientes. Na cartela estão mais de três mil servidores da Prefeitura de Itabira, que são amparados em coparticipação via Cosemi (Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores Municipais de Itabira).
Sem maternidade
No centro das discussões sobre a manutenção da maternidade do Nossa Senhora das Dores, a Unimed informa: o projeto de seu recurso próprio não inclui o setor. “A maternidade não está contemplada em nosso projeto original. Procuramos complementar áreas com maior demanda para não interferir em serviços já realizados pelo HNSD e que precisam de escala de atendimento para se sustentar”, detalha Virgilino Quintão.
A diretoria administrativa do HNSD informou aos planos de saúde que pode encerrar sua maternidade no fim deste mês de março. O motivo alegado é a insustentabilidade financeira. A ala materno-infantil realiza uma média de 40 partos por mês. Segundo o hospital, o setor se tornou inviável por seu alto custeio. É que o número de partos é baixo para manter equipe e estrutura disponíveis – a instituição indica um déficit mensal de aproximadamente R$ 90 mil.
Até aqui, não há uma solução pactuada para manter a maternidade. Uma nova reunião foi agendada para 26 de fevereiro, porém, por incompatibilidade de agenda, foi remarcada para esta sexta-feira (5). O encontro terá intermediação do governo Marco Antônio Lage (PSB).